quarta-feira, 29 de setembro de 2010

RETALHOS 22

Á socióloga Maria Brandão, de famosa família de intelectuais baianos, se queixando da absoluta falta de crítica no Brasil, dedico estes Retalhos.

Desde que comecei a documentar todas as fachadas azulejadas que encontro pelo caminho entrei em depressão. Não é possível que os órgãos costumeiros, Iphan, Ipac etc. não caiam na real: praticamente todas estas fachadas estão desaparecendo. O caso mais trágico encontra-se a poucos metros do quartel dos bombeiros da Baixa dos Sapateiros. Conheci este casarão do século XIX inteiro, ocupado por famílias de baixa renda, mas com vida. Uma bela noite, por excesso de chuva, o imóvel caiu, mantendo-se, por milagre, a bela fachada, com suas sacadas de ferro trabalhado e seus azulejos. Os anos passam, com esta postura alienada de ninguém dos responsáveis querer saber de velharias.  Aliás, nem de segurança, porque apesar das bengalas de ferro, é evidente que, mais dia, menos dia, vai cair e poderá matar mais alguns. Como denuncia a foto, as sacadas de ferro foram roubadas e a maioria dos azulejos arrancada. Depois governo e prefeitura fazem uma propaganda insensata falando da cultura baiana!
Vale a pena clicar para ampliar a foto e constatar o estrago 

Casamento chique no luxuoso e cafona Hotel do Convento do Carmo. Veio gente do Sul-Maravilha. Gente finíssima, bem “Cheguei!”. Para eles todos os apartamentos foram reservados. O pacote fechado custou R$40 mil para uma noite, breakfast incluído. Casal finíssimo telefona a finíssimos amigos baianos “Venham! O hotel é de graça... Sim ainda tem quarto... Olhe, é agora ou nunca!” Não conhecer os noivos é a última preocupação desta finíssima gente. O importante é aproveitar a boca livre. Depois a gente comum, como você e eu, vai estranhar a pouca vergonha de Brasília...

Sabem qual a peça há mais tempo em cartaz no mundo? É “A ratoeira” de Agatha Christie, no teatro Saint Martin, centro de Londres. Desde 1952 até hoje!

Documento assinado por Hélio Bicudo, Carlos Velloso, Leôncio Martins Rodrigues, José Arthur Gianotti, José Álvaro Moisés, Lourdes Sola, Ferreira Gullar, d. Paulo Evaristo Arns, Marco Antonio Villa, Bóris Fausto, Celso Lafer, Carlos Vereza, Mauro Mendonça, Rosamaria Murtinho entre outros.

"Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo. Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.

É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.

É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.

É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.

É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.

É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há "depois do expediente" para um Chefe de Estado. É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura. Ele não vê no "outro" um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia , mas um inimigo que tem de ser eliminado.

É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.

É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.

Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.
Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.

Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos."

A historiadora Moema Parente Augel acaba de lançar em Ilhéus Mato Atlântico, relato parcial do arquiduque Maximiliano de Habsburgo no sul da Bahia. Aguardamos o lançamento em Salvador.

Será que estamos bem certos do caminho que o país tomou combinando o mal passado desenvolvimentismo e o unindo a políticas de estabilidade macroeconômicas? Não basta a crise do American way of life para nos alertar? Até quanto tempo durará uma sociedade escorada no cartão de crédito, depredando nossas cidades e recursos naturais num consumo irresponsável? Até quando bloquearemos o movimento ficha limpa e faremos com que o crime seja sinônimo de audiência?” Franklin de Carvalho Oliveira Júnior.

Por duas vezes na mesma semana, ouvi entrevistados na televisão louvar a mítica Escola de Sagres que antecedeu as grandes descobertas portuguesas. Na mesma semana, um historiador português, cujo nome não consegui gravar, afirmou redondamente que a dita Escola  de Sagres nunca existiu.

Israel recomeça a construir colônias judaicas em terras palestinas, “discretamente” como recomendou o reacionário primeiro-ministro Netanyahu. Cujo filho, aliás, está envolvido financeiramente, dizem, na construção do famigerado muro que abocanhou as melhores partes da terra, incluindo as nascentes de água, e não hesitou a cortar povoados pelo meio. A oposição israelita européia, israelense e americana, finalmente começa a botar a boca no trombone. Fretou o grande veleiro Irene, carregado de brinquedos, livros, material de pesca e remédios para os palestinos oprimidos. Resta a pergunta: já que os israelenses continuam invadindo, massacrando, desprezando os direitos dos palestinos a um pedaço de terra, que tal eles, os judeus, adotarem a solução final?

Enquanto isso, os extremistas árabes recusam reconhecer o estado de Israel ...

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