terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Vila San Michele, na ilha de Capri

O psiquiatra sueco Axel Munthe (1857-1949) tinha 23 anos quando se apaixonou pela ilha de Capri. Pouco depois compraria a Vila San Michele, iniciando sem demora sua restauração. Grande amador de arte, mas tambem muito sensivel aos problemas sociais, registrou grande parte de sua vida no famoso "Livro de San Michele". Um século mais tarde, sua residência continua sendo um dos pontos altos de qualquer visita a Capri.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

El Guedra, dança tradicional do Saará.

A dança ritualística Guedra é dançada pelo povo azul que vive no deserto. Esse povo é assim chamado por ter a pele na cor azul em conseqüencia do tingimento de seus tecidos que grudam na pele dando um tom azulado. A Guedra é uma dança curativa, ela é praticada por mulheres da tribo que ao dançarem lançam fluidos positivos aos presentes, ou ao doente, desejando amor e saúde. É uma dança forte e emocionante e as batidas do tambor que acompanha a dançarina marcam as batidas do coração.

MÉXICO. UMA CASA NO CAMPO


No México, uma solução possivel e mesmo assim estética para combater a insegurança .














OK… buenas noches,  a trancar se ha dicho !






















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domingo, 28 de agosto de 2011

"Capitães da Areia"

Dirigido por Cecília Amado, neta do escritor, o filme "Capitães de areia" será lançado em Salvador ainda em Outubro.

O ARCEBISPO


 
Olympio me telefona: “Tomei a liberdade de dar seu endereço a um arcebispo da Austrália que pretende comprar uma casa no Santo Antônio.” Deste velho amigo, qualquer um seria bem-vindo, mais ainda um representante da Santa Sé. Imaginem: alguém que deve sentar na Capela Sistina fora do horário de visita!


Não demora ouvir o timbre da entrada. Mando subir o ilustre prelado até a sala do primeiro andar onde costumo receber as visitas mais privadas. O homem é alto, pesado, aloirado, pequenos olhos fundos colados ao nariz. Veste preto e sobre a camisa branca destaca-se um crucifixo de madeira de bom tamanho. Apresenta-se como Stanislas Poniatowsky, arcebispo em XXX, na Austrália. Na minha deprimente ignorância, nunca ouvi falar desta cidade.
- O senhor é de origem russa?
- Não. O nome é polonês.
Boa resposta, pois se trata de histórica família principesca de Varsóvia. Pelos acasos de minhas andanças por este planeta, tropecei em alguns nomes da antiga dinastia. Pergunto qual o parentesco com Pierre, Helena ou Michel. Desta vez as respostas são mais escorregadias. Não insisto, vamos ao que interessa.
- Então o senhor (por estranha reticência que só Jung poderia explicar, não consigo dar ao visitante seu título de Monsenhor) pretende comprar uma casa no bairro... Mas por que tão longe de seu rebanho?
- É que vou me aposentar e gostaria de trabalhar em projetos sociais.
- Então deve haver bairros mais indicados, na cidade baixa, por exemplo.
- Não. Pretendo também aprofundar certos aspectos da história da arte.
- Que interessante! Qual é seu campo de pesquisa?
- A arquitetura românica...
Silencio. Não estou acreditando.
- Românica, aqui no Brasil?
- Bem... eu também gosto de arte barroca.
Começo a sentir as comichões do ceticismo invadir minha boa fé.
- E já encontrou uma casa por estas bandas?
- Sim, até com piscina.
- Com piscina aqui na rua? Só conheço uma casa que tem uma banheira com ambição a tal, com menos de quatro metros de longo.
- Não, não! É uma boa piscina.
- Posso ser indiscreto e saber quanto pedem pela casa?
- Uns chiz mil reais.
- Como? Mas é um preço absurdo! Não vale nem a metade!
- Não importa. Não acho muito caro. Além do mais são bons cristãos.
Argumento redibitório. Este homem é um santo. Resisto mal ao impulso de me ajoelhar.
- Então, entre as obras sociais e o estudo do barroco, não vai sobrar tempo para mais nada...
- Pois é. Mas sempre é melhor do que passar o dia todo com putas!
Ai, quase me engasgo com a implacável lógica do argumento. O semblante do religioso permanece impassível. Levanto-me, significando o fim da audiência, estendo a mão e amavelmente indico a saída.
Ainda o cruzarei por muito tempo pelas ruas do bairro, às vezes vestindo uma batina recém costurada como quem vai celebrar missa, sorriso angélico nos lábios. Finge que não me vê.
Pouco antes do carnaval, lá estava ele, perto de minha casa, sentado no degrau de um velho casarão da ladeira do Boqueirão, comendo quentinha, garfo de plástico, a sonhar, quem sabe, com celestiais festas de anjos e diabólicas orgias funk...

sábado, 27 de agosto de 2011

LA VILLE ÉPHÉMÈRE

Nous partons de Tiznit au petit matin, après bout de pain et café sur le pouce. Voiture grosse et lourde. Je n´ai jamais eu le goût des voitures ni la mémoire des marques. Donc, tout simplement une grosse et lourde voiture. Qui sera rapidement couverte d´une  poussière talqueuse entre gris et marron. Il fait encore froid, mais nous savons que la chaleur de ce début de mai nous guette et nous tombera dessus à un prochain tournant. Nous longeons la mer mais ne la verrons jamais. Monsieur Ali - et oui... encore lui! – a réservé pour nous deux chambres dans le seul hôtel du village. 

En  principe, Antoine et moi partagerons une chambre et France occupera l´autre. 240 kilomètres de route puis de piste, contournant le bas des jupons dentelés de l´anti-Atlas. Non, les pierres que l´on voit prêtes à débouler sur les versants ne sont pas précieuses, bien que cette chaine conserve des trésors dans ses entrailles, et les quelques broussailles qui s´aventurent à pousser n’hébergent que de silencieux serpents, scorpions et sauterelles.
Le ciel est blanc. Nous dépassons Goulimine où, aujourd´hui      n´étant pas jour de marché, les chameaux sont rares.
           
Enfin nous arrivons.
Tan-Tan, en 1970, n´est qu´un gros village sans âge ni particularité, d´une dizaine de milliers d´habitants. Les bien modestes maisons semblent avoir été posées là, couleur de sable, sur le sable, par hasard, sans ordre préconçu. Débarquer dans le sans-étoile prendra deux minutes, juste assez pour constater les matelas étroits, durs et bosselés, les couvertures maigres et râpeuses. Leurs meilleurs clients doivent être des camionneurs sur le chemin de Nouakchott. Mes amis posent leur balluchon. Je préfère garder ma laine autour des reins et ma brosse à dents dans une poche.

Re-voiture pour quelques centaines de mètres et tout à coup, au creux d´une dune, la surprise d´une ville comme épineuse, scarabéenne, brune autant qu´éphémère, autour d´un immense espace ovale et sableux. Nous apprendrons qu´ici sont arrivés, pendant ces jours derniers, plus de cent mille nomades de plusieurs tribus. D´après Abdallah Mesfioui, qui signe la présentation du livre “Tan-Tan / les plus beaux moussems” (édité par Maroc Éditons), “Toutes les tribus sont présentes (…): Rguibat, Izerguiène, Oulad Dlim, Oulad Tidrarüe, Laârousiyine, Maâlaynine, Aït Lahcen, Aït Oussa, Iggout, Filala Toubbalt, Fouikat, Mejjat, Ouled Bousbâa, Oulad Bouaiata, Aït Buârane. D´autres tribus viennent même d´au-delà de la province, de Mauritanie, du rio d´El Oro, de Tindouf et du Sénégal”. Le spectacle est stupéfiant, inoubliable.  Derrière les longues et basses tentes rayées de beige et de marron, autant de chameaux que d´hommes, et, tant pis pour la couleur locale, camions militaires, voitures et cars, tous baignés et unis dans la même poussière. Question d´harmonie.


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Pendant que les pluies de cet hiver tropical tombent généreusement dans mon jardin, je clique mon Google pour constater qu´une autre inondation prouve que rien, hélas, n´est immuable. Tan-Tan est grosse aujourd´hui de 60.000 âmes. Tan-Tan possède un aéroport international et vous pouvez profiter de vols à tarifs réduits à partir de Paris et de Londres, logement inclus, ou louer une chambre avec possibilité de cuisine. Je devine des pizzarias, des annonces lumineuses, des bagnoles bruyantes et hautes sur pattes, des magasins pleins de made in China pour le plaisir dézieux. Sur les lieux du moussem, vos pieds ne toucheront plus la dune, désormais couverte de pudiques tapis pour votre confort, mesdames za talons hauts, et le moussem est inauguré par de nombreux messieurs en costume-cravates-lunettes noires.  Qui coupera le ruban? Il doit y avoir des guirlandes d´ampoules électriques, des microphones et des hauts-parleurs. Les lèvres me brûlent de demander si on doit payer aussi une entrée. Tout ça, c´est le prix à payer pour avoir été reconnu comme patrimoine mondial par l´Unesco. Je me pose parfois la question… Bon, passons à autre chose.


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Rapide retour en arrière de quarante ans. La fête est permanente. Ces hommes bleus et noirs au fin visage souligné d´un filet de barbe, ces femmes protégées dans leurs immenses cotonnades trempées d´indigo, lourds bijoux d´argent, qui ne montrent qu´un œil au regard fuyant, tous ont l´esprit en gaité. Depuis les tentes fusent les you-you-you, résonnent les tambourins.
Je n´ai pas réussi à en savoir long sur l´homme, mort en 63, qui a motivé un tel rassemblement. De même que les dates du moussem sont indiquées en décembre, mai, octobre, septembre ou janvier, certains disent de Sidi Mohamed Laghdof qu´il fut un saint homme, d´autres affirment que son aura est due à sa persistante opposition à la colonisation française. D´ailleurs les deux théories ne sont pas antagoniques. Nous avons bien Jeanne d´Arc!
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Monsieur Ali palabre avec un groupe d´hommes vêtus de belles djellabahs blanches qui semblent décider de notre sort, viennent nous saluer et nous dirigent courtoisement vers la plus grande tente, celle qui apparemment est celle des notables. Il est évident que la présence d´Antoine motive tous ces salamalecs. J´ai oublié de vous dire qu´Antoine de Bourbon-Sicile a un passeport où figure son titre de prince royal et est l´oncle de Juan Carlos, futur roi d´Espagne. Il a, pour ce court séjour, abandonné Cascais, Lisa (née princesse de Wurtemberg) et leur nombreuse descendance. Nous voici donc tous trois assis entourés de notables, sur les divans les plus confortables, adossés à de somptueux coussins brodés, pieds nus sur des tapis de haute laine. Sur les tables basses défilent de grands plats ronds en céramique de Safi et de Fes vers lesquels nous plongeons trois doigts gourmands. Pastillas, couscous, tagines, salades, douceurs de miel et d´amandes, tout ce que nous aimons et qu´en 1875, l´Italien Edmundo de Amicis déclarait pourtant être immangeable.


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Devant nous une double file d´hommes chantent en frappant leurs tambourins et scandent de leurs pieds. Une autre file de femmes, dévoilées celles-ci, chante et claque des mains. Longtemps la fête continuera pendant que dehors la fantasia remplit l´air de coups de fusils et de fumée blanche. Ici ce sont les chameaux qui courent. France de Brito e Cunha, ma plus vieille amie – nous nous sommes connus au lycée français de Lisbonne, a laissé le court de golf d´Estoril et sa jolie fille Sophie aux soins de la vicomtesse mère, pour les dunes sahariennes et croit vivre un film d´aventures. Son sourire n´est interrompu que par de discrets rires d´émerveillement. Pas de touristes, mais déjà quelques photographes.

La nuit tombera vite et je choisis de dormir frileusement enroulé dans des tapis plutôt que de retourner vers le boui-boui tristounet du bourg. Longtemps je me promènerai entre les milliers de tentes tissées de poils de chameaux qui s´endorment sous le ciel, indigo lui aussi, comme ces minces et nonchalants touaregs, et piqué d´étoiles semblables aux lampes à kérosène qui allongent les silhouettes sur le sable maintenant froid...
Je ne retournerai pas à Tan-Tan.







UM GATO MUITO PREGUIÇOSO

 ... E UM PÁSSARO MUITO EXPERTO!
 

Os objetos do desejo

Uma moeda romana encontrada aos cinco anos, nas ruínas de Volubilis, foi a primeira peça de minha – muito modesta e eclética – coleção. Nunca mais parei, nunca me preocupei com angústias do tipo “Onde vou colocar? Será que vai combinar com o resto?”. Muito já se escreveu sobre o espírito do colecionador. Afinal, quais são as motivações? Quais fantasmas ou traumas permeam a ansiosa bulimia de quem amontoa objetos e obras de arte? Não estou falando do dono de polpuda conta bancária que expõe na sua residência porcelanas da Companhia das Índias, pratarias portuguesas ou mulatas de Di, somente para evidenciar seu pretenso requinte e sua posição social. Não. Estou falando do apaixonado, daquele que acorda no meio da noite para elaborar a compra do objeto desejado, faz e refaz contas, avalia sua autenticidade. Estou falando do fanático que não pode viver sem vasculhar todos os antiquários, sebos e brechós, os ateliês dos artistas mais obscuros da cidade onde mora e de qualquer outra por onde passe.
Na Bahia, exemplo extremo e obsessivo foi o Marcelino Nascimento. Não conseguia falar senão de cartões postais.  Admirável colecionador, o pernambucano Abelardo Rodrigues, que não se contentava em adquirir qualquer rica imagem sacra. Sabia exercitar um olhar perspicaz e sensível. Cada uma das esculturas que compõem o belo conjunto apresentado no Solar do Ferrão é prova de uma investigação que ia sempre mais longe, procurava personalidade e diferencial, muito além dos elementares critérios de raridade e antiguidade, as duas pilastras que sustentam qualquer coleção envolvendo memória.
Outros, como os barões Thyssen, podem impressionar pelo rosário de nomes famosos, mas não enganam quem sabe analisar criteriosamente museus e salões. O imponente imóvel madrilenho da Castellana não passa de templo de ostentação. Diametralmente opostos, a Wallace Collection em Londres, o Nissim de Camondo em Paris, a Casa do Pontal no Rio, a Bonnet House em Fort Lauderdale ou a Fundação Gilberto Freyre no Recife, são exemplos de colecionadores apaixonados. 

A Otan, a Líbia, e a esperteza dos tolos

                                                                por Mauro Santayana



O dia 11 de novembro de 1630 foi decisivo para a história da França e da Europa. Nesse dia, em Versailles, um jovem rei, Luís 13, rompeu com a mãe, a Rainha Maria de Médicis, e entregou todo o poder político da França a seu ministro, o Cardeal de Richelieu. Richelieu amanhecera deposto pela Rainha, mas um de seus conselheiros o convenceu a ir até o monarca, e expor-lhe suas razões. Foi uma conversa sem testemunhas. O fato é que Luis 13 teve a atitude que correspondia ao filho de Henrique IV: “entre minha mãe e o Estado, fico com o Estado”.
Ao tomar conhecimento da reviravolta, quando os inimigos do Cardeal festejavam sua derrota,  o poeta Guillaume Bautru, futuro Conde de Serrant – um dos fundadores da Academia Francesa, libertino, sedutor, e homem de frases curtas e fortes – resumiu os fatos, ao ridicularizar os açodados: “c’est la journée des dupes”. Em nossa boa língua pátria, “o dia dos tolos”.  Ao mesmo tempo em que se vingava da princesa italiana, que o humilhara, Richelieu iniciava uma fase de grandeza da monarquia de seu país que só se encerraria 162 anos depois, com a decapitação de Luís 16.
A história é cheia de jornadas semelhantes. Os planos, por mais bem elaborados sejam, nunca se cumprem exatamente e, na maioria das vezes, se frustram, diante dos caprichosos deuses do inesperado. O caso da Líbia, se o examinarmos com cuidado, está prometendo ser uma operação “des dupes”. Não vai, nesta análise, qualquer juízo moral sobre Khadafi. É certo que se trata de um megalômano, que, tendo chegado ao poder aos 27 anos, provavelmente não estivesse preparado para administrar o êxito que coroou a sua participação na revolta contra outro déspota, o rei Idris. Mas Khadafi não teria sido quem foi, durante 42 anos, se a Europa e os Estados Unidos não tivessem tido atitude sinuosa e incoerente para com o seu regime. Reagan chegou a determinar o ataque aéreo a Trípoli e Bengazi, em 1986, quando uma residência de Khadafi foi atingida e uma sua filha adotiva morreu. Esses ataques, longe de enfraquecer o governante,  fortaleceram-no, e desestimularam os poucos inimigos tribais internos.
Os interesses econômicos da Europa, que fazia bons negócios com o dirigente do velho espaço dos beduínos, berberes e tuaregues, ditaram as oscilações da diplomacia diante de Trípoli. A bolsa, sempre pejada e generosa, de Khadafi, favorecia seus entendimentos e os de seus filhos com altos funcionários das chancelarias européias e financiavam festas suntuosas a que eram convidadas as grandes celebridades do show business e dos círculos ociosos da grã-finagem internacional. Enfim, Khadafi fazia o que quase todos fazem. Não é por acaso que Berlusconi sempre o teve como um de seus mais devotados amigos, até que, coerente com seu caráter, somou-se à cruzada contra Trípoli.
Khadafi, por mais insano tenha sido – e todos podiam identificar os  sinais de sua mente vacilante – fez um governo de bem-estar social, como  nenhum outro da região. Contando com os recursos do petróleo, criou  sistema de assistência à saúde que, mesmo restrito aos centros urbanos, tem sido exemplar. Reduziu drasticamente os níveis de mortalidade infantil, possibilitou o tratamento gratuito de toda a população, universalizou a educação, estimulou a agricultura nas raras terras cultiváveis, e fixou salários dignos para os trabalhadores. É certo que se enriqueceu e enriqueceu seus familiares e favoritos, mas os líbios não tinham por que queixar-se de sua política social. Em contrapartida, não admitia qualquer tipo de oposição.
Monsieur Sarkozy, que anda fazendo apostas perigosas com a posteridade, e Cameron, da Grã Bretanha, foram os grandes animadores da intervenção maciça da Otan contra a Líbia. A ocasião era propícia. A Europa se encontra combalida com a crise econômica e o avanço da corrupção está erodindo a coesão de seus povos. O tema é de particular intimidade da França, detentora, na História, dos mais espetaculares escândalos, entre eles o da frustrada construção do Canal do Panamá por uma companhia francesa: a empresa obtivera, mediante propinas a muitos parlamentares, a concessão de uma loteria especial para o financiamento da obra,  recolhera investimentos pesados dos homens de negócios europeus e dos poupadores modestos, e quebrou espetacularmente poucos meses depois. Durante muito tempo, “panamá” passou a ser sinônimo,  em todas as línguas, de negócios escusos e da corrupção política. Talvez com a única exceção dos tempos de De Gaulle, nunca houve  governo na França imune a denúncias de sujeiras semelhantes. A corrupção foi uma das causas da Revolução Francesa.
Quase todos estão saudando a vitória contra Khadafi, mas isso não significa que tenham conquistado a Líbia. São grupos internos de interesses diferentes que se uniram, para livrar-se de um inimigo comum, com o apoio das potências estrangeiras, que bombardearam sistematicamente a população civil  – o que, convenhamos, é terrorismo puro. Mas, sempre que as armas se calam, novo e mais complicado conflito se inicia. Quem assumirá o poder? Irão as tribos do deserto, que se relacionam entre elas mediante complexa malha de fidelidade, fundada no parentesco e nas alianças bélicas seculares, unir-se sob um protetorado estrangeiro? É duvidoso.
Há uma questão de fundo, que Sarkozy e  Cameron, em seu açodamento, desprezaram. Londres e Paris, pressurosos em aproveitar os episódios dos países árabes, a fim de reocuparem seu domínio colonial,  tomando o lugar da Itália  na influência sobre a Líbia, esqueceram-se de Israel. Mubarak, do Egito,  o principal aliado de Tel-Aviv, e fiel vassalo de Washington, perdeu o poder e corre o risco de perder também a cabeça. Israel tomou a iniciativa de provocar as novas autoridades do Egito ao cometer o ataque fronteiriço, que causou a morte de oficiais daquele país, na pressão para que se feche novamente a passagem aos palestinos.         Nada indica que os governos que eventualmente sucedam aos déspotas destituídos no Egito e na Tunísia, e os que possam vir a ser derrubados nas vizinhanças, sejam mais condescendentes com Israel. Até mesmo a Síria é uma incógnita, no caso em que Assad perca o mando. A Itália, acossada pela crise econômica e pela desmoralização de Berlusconi, em lugar da neutralidade, somou-se, na undécima hora, aos agressores.
Os fundamentalistas se somam aos que saúdam os movimentos de rebeldia nos países árabes. A Palestina, por intermédio do Hamas,  aplaude o fim de Khadafi. Terá suas razões para isso. E a rede Al Jazeera já está emitindo de Trípoli. Como se queixou Khadafi, a Al-Qaeda não o apoiava.
Enfim, para lembrar o burlador Conde de Serrant, é bem provável que este ano de 2011 fique na história como o ano dos tolos.

CLARO QUE VOCÊ PODE BEBER ANTES DE DIRIGIR...

                      ... e assim perder os melhores anos de sua vida

O JOGO DOS LIVROS

Para quem gosta de ler ( ou já leu bastante ) , é uma distração e tanto !!!

Cada vez que você joga, aparece um trecho diferente dos livros.


           Este teste é bem interessante !!!

       
  http://revistaescola.abril.com.br/swf/jogos/jogoLiteratura/

De dez livros, errei em dois.
Dimitri


RELÓGIO ATÔMICO BRITANICO



Uma pesquisa apontou que o relógio atômico do Laboratório de Física Nacional da Grã-Bretanha é o mais preciso do mundo.
Segundo a pesquisa, feita por pesquisadores americanos e britânicos, o relógio CsF2 se atrasa ou se adianta em um segundo a cada 138 milhões de anos.
Essa precisão é o dobro da que se estimava, aponta o estudo, que será publicado na revista científica especializada Metrologia.
O CsF2 é um relógio de fonte de césio que usa o movimento em forma de fonte dos átomos de césio para determinar a duração de um segundo.
Os átomos são reunidos em maços de cerca de 100 milhões e direcionados através de uma cavidade onde são expostos a ondas eletromagnéticas.
Estas ondas estimulam o átomo para que oscile de forma regular. O Sistema Internacional de Unidades (SI) considera que 9.192.631.770 ciclos de radiação equivalem a um segundo.
Frequência padrão
O Laboratório de Física Nacional britânico é um dos poucos no mundo a prover a chamada frequência padrão para o tempo internacional.
A mediação é feita pelo Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM, na sigla em francês), nos arredores de Paris, alimentado por uma rede de mais de 300 relógios em todo o mundo.
Os dados são recebidos via satélite e sua média é calculada pelo BIPM usando os dados de dois laboratórios na França e um nos EUA, Alemanha, Japão e Grã-Bretanha, entre os quais o de Física Nacional britânico.
Eventualmente, um segundo pode ser adicionado ou subtraído para corrigir qualquer discrepância

José Nêumanne Pinto fala de Lula

Entrevista que dispensa prefácio.



Comentário de uma leitora: "Conheço pessoalmente o  Neumann desde o tempo em que ele trabalhava na sucursal de São Paulo do antigo - e extinto - Correio da Manhã, que ficava alí na São Luiz.
É jornalista muito preparado e, inclusive, sofreu perseguição dos órgãos de repressão da então Ditadura.
Tive a oportunidade de, junto com o companheiro Ramão Gomes Portão, já falecido, contribuir para a salvaguarda da pessoa do Neumane e de outros companheiros.
Esse seu livro é absolutamente isento de paixões e dá bem uma medida do que é o Lula, "um cidadão igual a você" ...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

RETALHOS 50


Este é um número especial, então vamos tentar colocar notícias especiais!

Ao festejar seu primeiro aniversário no dia 25 de agosto, o BLOG DO DIMITRI teve a excelente média de quase 76 acessos diários. Obrigado a todos aqueles que colaboraram, mandando textos interessantes ou originais, dicas e críticas.

Uma boa, uma excelente para começar: O Ipac resolveu entregar a Casa das Sete Mortes ao saxofonista Fred Dantas para abrigar sua Oficina de Frevos e Dobrados. Na verdade, sem poder arcar com o aluguel da pequena casa da mesma Rua do Passo, ele tinha sido obrigado a sair do centro histórico. Seja bem-vindo de volta ao berço, Fred!

A prefeitura tem anunciado, insistentemente, o funcionamento em tempo integral de 153 escolas municipais. Não é fantástico? Claro que ninguém duvida da veracidade desta informação. Mas, por causa de eventuais céticos, seria bom, seria ótimo dar mais detalhes sobre esta maravilhosa informação, como, por exemplo, os endereços destas escolas.

Boatos pessimistas colocam a hotelaria soteropolitana à beira da falência. Dizem por ali que o grupo português desistiu do Palace Hotel, que falta grana para as obras do Hilton, que o Hotel Convento do Carmo está na hora da morte etc.

Quem se interessa por turismo, pode acessar <TripAdvisor> no Google. Terá um monte de informações para hospedagem. Mas atenção aos comentários. Quando você vê que uma pousada de meia dúzia de quartos tem 496 comentários elogiosos, algo deve estar errado. Quem sabe o próprio dono não manda estes louvores? Existem até agências especializadas em plantar elogios para convencer o turista a se hospedar. Mas quando chegar, terá uma triste surpresa! Outra dica é nos textos em línguas estrangeiras, quando os mesmos erros são sistematicamente repetidos. Ali tem armadilha.

Uma boa forma de reservar hospedagem é acessar <Booking.com>. Mas também é bom ter certos cuidados. Pode ocorrer que a internet afirme que o hotel de sua escolha está lotado e que outro, do mesmo tipo, lhe seja sugerido. Insista, acessando diretamente para o hotel. É que o Booking.com pode ter mais interesse em impingir hotéis com quem tenha certos acordos.

E o famoso projeto da rica menina Rique no bairro de Santo Antônio? O diretor do Iphan declarou certa vez que aquilo não passava de lenda urbana. Bela fórmula. Mas a verdade é que 40 casas estão vazias há dois anos. Parece que todos e todas estão à espera uns dos outros. As autoridades têm o vago projeto de revolucionar a área do porto e do Comércio para a Copa e os Jogos Olímpicos, mas não têm grana. A empresária tem grana, mas não se arrisca. E mesmo que tudo dê certo e a mocinha consiga abrir seu shopping a céu aberto... Qual é o público alvo? Com certeza não será uma ou duas centenas de turistas durante dois meses por ano ou as beatas da igreja do Boqueirão. A peruagem do Horto Florestal e do Itaigara? E para comprar o quê? As jóias do Rodeiro, as bolsas da Vitor Hugo ou as camisetas da Richards que podem ser encontradas em qualquer Salvador Shopping? Depois da primeira visita para beijinho-beijinho, irão se acostumar a enfrentar 15 kilômetros de engarrafamentos, no calor e na chuva, para chegar a uma rua estreita sem estacionamento? Acorda, mocinha!

A multinacional Monsanto tem sua sede brasileira em São Paulo. Criada em 1901, produz o Roundup, líder mundial do herbicida glifosato. Também produz ácido sulfúrico, plásticos, DDT, aspartame, somatropina, Ascarel, (proibida nos EUA) e o tristemente famoso agente laranja que devastou, durante a guerra do Vietnã, boa parte desse país. O efeito cancerígeno do produto levou à morte milhares de asiáticos, mas o feitiço virou contra o feiticeiro, contagiando centenas de soldados americanos. O Google afirma: “Muitos estudiosos dizem que a Monsanto está contribuindo para o crescimento da fome e da miséria no mundo, ao concentrar os benefícios do comércio internacional de alimentos. A conclusão está em relatório divulgado, durante o Fórum Social Mundial, pela Action Aid, uma organização não-governamental que desenvolve estudos e busca soluções para reduzir a pobreza mundial. A Monsanto nega tudo. Outro problema muito sério e que vem sendo debatido há anos é a alegação de alguns pesquisadores de que os produtos transgênicos da Monsanto não apenas podem destruir o ecossistema nativo como provocar doenças, até mesmo câncer. Os pesticidas já têm sido responsabilizados por uma série de casos de doenças, desde infecções na pele até cânceres, em agricultores ou pessoas que tiveram contato com o produto por via direta ou indireta.” A Monsanto foi parceira da efêmera biblioteca organizada pela LGR, da jovem Luciana Rique. Não temos informação sobre o conteúdo dos livros disponíveis nas estantes.                

O mês de agosto foi ocupado por uma operação charme de 40 restaurantes. Festança a preços amigos: R$29,90 por pessoa. Fui almoçar com dois amigos no belo Amado. Saiu quase a 50 petecas por cabeça para três pratos artisticamente apresentados, mas praticamente vazios, com copinho de água mineral e café. Meus 3 nhoques não passavam de purê de batatas com molho de tomate aguado e, como sobremesa, reconheci o mesmo bolo de rolo que costumo comprar no aeroporto de Recife. Duas fatias mal cortadas com um pingo de creme de leite. Sendo lamentável contrapropaganda, o tiro acaba saindo pela culatra. Ai, que saudades do Mini-Cacique!                                      

“Capital não tem pátria” declarou um empresário ligado à conhecida construtora brasileira na Líbia. Não tem pátria... nem moral. Aliás, falando em moral, como definir a atitude do francês Nicolas Sarkozy que, depois de tantos beijos e abraços no Muamar Khadafi, agora, só agora, descobre que o cara era um sinistro ditador? Mas ninguém pense que o petróleo tem algo que ver com a mudança de amores...

Os clipes publicitários costumam ganhar os melhores prêmios nos concursos internacionais. Então por que aquilo que a televisão nos impinge é tão ruim? Exemplo? O travestido imbecil da Superzom e os bigodes da Wolkswagen que devem fazer muita graça no país da sauerkraut, mas aqui nada significam.

Num engenho do século XIX, no município de Itapicurú, o governo estadual está terminando o Museu de Nordeste. A informação carece de mais detalhes. Centro cultural? Não significa nada. Geralmente termina fechando. Museu de quê? De móveis e objetos? Memória de coronéis e cangaceiros? Botânica e mineralogia? Podemos temer o mesmo destino que o Museu do Recôncavo / Vanderlei Pinho que após, algum tempo de brilho, teve todos seus pertences roubados – todo mundo sabe por quem - e hoje está entregue aos cupins e morcegos.

Alguém pode explicar por que é na hora da Dilma iniciar um fachinaço contra a corrupção que sua popularidade não pára de cair? Verdade seja dita: ela não tem carisma. Mas parece ter um sentido da ética que muita falta fez a seu antecessor.

Caí de novo, é verdade, na armadilha, das falsas informações. Desta vez a respeito das fichas limpas. Vivemos numa sociedade que está constantemente tentando se aproveitar da boa fé do cidadão, na internet, no comércio ou na mais absoluta banalidade do cotidiano. Mas, de qualquer forma, como o assunto dos parlamentares podres ainda não foi saneado, continua valendo a revolta dos eleitores.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Let's make money - Excerpt - John Perkins

Terrivel depoimento ensina como os EUA escravizam o planeta, exatamente da mesma forma que, aqui, os fazendeiros que usam do trabalho escravo ainda hoje e mantêm os trabalhadores aumentando suas dívidas na quitanda.

CANTINFLAS, BAILANDO SWING EN EL TENAMPA

Estava fazendo falta neste Garimpo de Cinema o Charles Chaplin do cinema latino-americano, o maravilhoso mexicano Cantinflas. Foi um artigo oportuno do jornal A Tarde que me lembrou da falha...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

MONSANTO recolhe cartilha sobre produtos orgânicos

Liminar concedida à MONSANTO recolhe cartilha sobre produtos orgânicos - VAMOS DISTRIBUIR?
A cartilha "O Olho do Consumidor" foi produzida pelo Ministério da Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o consumidor. Infelizmente, a multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma liminar em mandado de segurança que impediu sua distribuição. O arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério (o link está "vazio").
Em autêntica desobediência civil e resistência pacífica à medida de força, estamos distribuindo eletronicamente a cartilha.
Se você concorda com esta idéia, continue a distribuição para seus amigos e conhecidos.
Luz para todos.


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Fala indignada de Negro à BBC Londres

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QUANDO O PÁSSARO É ARQUITETO



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No leste da França

Capital do departamento francês dos Vosges, Epinal é o ponto de partida ideal para excursões nas montanhas e visitas culturais. Nancy, o vale do Reno, a Floresta Negra, o Luxemburgo, Basilea e Mainz, não ficam distantes. Além do mais, é um dos templos da boa gatronomia francesa, com um toque suiço-alemão.
Recomendo contatar Stéphane Varis, um entusiasta do Brasil.

Ficheiro:Épinal - Basilique Saint-Maurice.jpg

VOSGES VERTES, bureau d'accompagnateurs en montagne
http://www.bureau-montagne-vosges-vertes.com/

PARIS É UMA FESTA...



... Para o olhar e para o espírito.


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terça-feira, 23 de agosto de 2011

O loteamento é a raiz da corrupção

Nunca me indentifiquei com a revista Veja, por ela ser exageradamente partidária. Mas não posso deixar de editar esta denúncia, pelo que ela tem de evidente.

Veja - 22/08/2011
  
Na semana passada, caiu mais um ministro que integrava o governo de Dilma Rousseff - Wagner Rossi, da Agricultura, abatido em meio a uma colheita de malfeitorias revelada pela sucursal de VEJA em Brasília. Antes dele, foi a vez de o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, ser abalroado por denúncias desta revista. Há o caso, ainda, do ministro do Turismo, Pedro Novais, que pode ganhar um bilhete para a porta da rua, por causa de esquemas de corrupção em sua pasta.

Neste número, VEJA também mostra como as coisas andam mal paradas no Ministério das Cidades.

Honestidade é um atributo individual que pode ou não ser cuidado, de acordo com a biografia de cada um, mas a bandalheira nas diferentes esferas governamentais no Brasil tem sua causa principal no sistema de loteamento político que guia as escolhas para cargos-chave da administração publica.

Só no governo federal, são 21.635 funcionários que, em maior ou menor grau, foram escolhidos por critérios exclusivamente partidários. Destes, 1.226 pertencem ao primeiro escalão. Só que, no final das contas, ficam encarregados de gerir o Orçamento da União, que em 2010 ultrapassou 1 trilhão de reais.

A verdade é que ministros e funcionários escolhidos apenas por critérios políticos estão mais interessados em tirar uma lasca dos fundos públicos para beneficiar seu partido - ou desviar dinheiro para os próprios bolsos - do que em empregar os recursos para atender a demandas da população - que sustenta o governo por meio de impostos diretos ou indiretos.

Não se trata, contudo, só de falta de honestidade. Falta também competência. Dos mais de 20000 comissionados, pouquíssimos exibem perfil técnico exigido para as funções que desempenham. 0 resultado desse quadro é a má gestão que continua a emperrar a máquina estatal brasileira.

A solução para esse problema é simples, fossem os políticos brasileiros menos fisiológicos e mais racionais.

O primeiro passo é diminuir dramaticamente o número de funcionários públicos indicados por políticos. Nos Estados Unidos, eles são 2000. No Reino Unido, somente uma centena, aí incluídos os ministros.

O segundo passo é recrutar, dentro dessa estrutura enxuta, gente com currículo impecável - tanto no que diz respeito à ética quanto à habilitação profissional.

O terceiro passo estabelecer critérios de meritocracia que para aqueles que cumprem as metas exigidas, entre os comissionados como entre os concordados.

É exterminando dessa forma a praga do loteamento que se reduz ao mínimo possível o flagelo da corrupção.

INVEJAVEL SURFISTA!

Pode não ser um campião, mas que ele surfa melhor de que eu, disso ninguem tem dúvida!


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