sábado, 8 de setembro de 2012

ÂNGELO PARA PREFEITO, JÁ!



Salvador precisa de um político que não confunda religião e interesse público. Que saiba administrar o orçamento sem inventar subterfúgios para alongar o pé de meia. Que saiba permitir novos empreendimentos sem agredir o meio-ambiente e sem pedir um apartamento ou um posto de gasolina – em nome de laranjas - a cada alvará de condomínio concedido. Que conheça os meandros da burocracia municipal, estadual e federal sem deixar os diversos poderes pisarem no seu calo e que respeitem sua liberdade de ação. Que tenha cultura – não faz mal a ninguém - e saiba escolher assessores, não por conchavos partidários, mas por simples e reconhecida competência profissional.
Vamos procurar o candidato ideal nos fundos de gaveta e atrás das pedras? Afinal, se “hay história atrás de cada piedra” como afirmam os ridículos folhetos da Bahiatursa, também deve haver homens de mérito. E se não encontrarmos ninguém na Bahia como atualmente parece ser o caso, que tal acatar a sugestão de um participante do “Fórum de Pensamento Crítico – Cidades e Patrimônio” - E pá, quantas maiúsculas! – que aconteceu em agosto no confortável auditório da antiga faculdade de medicina do Terreiro de Jesus?
Quando o Ângelo Oswaldo, prefeito de Ouro Preto, terminou seu longo e brilhante depoimento, sem a mínima nota escrita, alguém, traduzindo a entusiasmada satisfação do público, fez a proposta de o mineiro se candidatar ao Palácio Tomé de Souza. Imagine um prefeito que não só gosta do centro histórico, mas, ainda por cima, mora numa belíssima casa antiga do dito centro, em vez de morar em algum Bestaville ou Cafony Golden Palace.
Supõe-se que nem todos os presentes ao fórum tenham apreciado as colocações do Ângelo, já que, para muitos, o dinamismo eficaz do administrador público convidado significou a exata medida da própria incompetência dos tais em resolver os mais corriqueiros problemas que afligem o Centro Antigo de Salvador.

P.S.- Notou-se a ausência da Beatriz Lima ( ERCAS) e do Carlos Amorim (IPHAN). Ambos perderam uma oportunidade única de excepcional master class.

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