quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A ARENA DA CASTRO ALVES

Como o comum dos mortais nunca têm acesso ás decisões dos governantes, só nos resta indagar sobre fundos e formas. 
As duas pequenas fotos publicadas no facebook me levam a formular alguns reparos.



Quem é e como foi escolhido o arquiteto autor desta arena? Obviamente não houve concurso, o que é de se estranhar, já que para recuperar três modestas praças do Pelourinho foi feito um concurso internacional, com jurados etc. 
Porque a arena da Praça Castro Alves não recebeu igual procedimento?
Com o atual projeto, a Praça Castro Alves se transforma em um imenso descampado de concreto, sem um verdadeiro tratamento paisagístico – a natureza é inimiga dos arquitetos tupiniquins contemporâneos – criando assim um micro-clima ... de micro-ondas. 
Com um estacionamento para 285 carros e um público de 5000 pessoas é provável que a dita praça se transforme num imenso estacionamento. 
Repito: foram considerados os evidentes prejuízos para as outras atividades comerciais e culturais da redondeza? 
O Hotel Fasano vai aceitar abrir numa perspectiva tão ... bolivariana? 
Os cinemas do Glauber Rocha, os teatros da Barroquinha e Gregório de Mattos irão manter programação estável com a ameaça de shows evangélicos ou propagandas partidárias, que são as duas básicas motivações do projeto?
Um leitor otimista afirma que será um excelente palco para apresentações de qualidade. Pergunto: haverá vontade política de dar um perfil cultural a arena? Não acredito.
E as três praças do Pelourinho? E o palco móvel do Largo de Pelourinho, de autoria de Pasqualino Magnavita, até hoje deprimente terreno baldio? Servirão para que?



Outra pergunta: como será resolvido o tratamento do entorno da ladeira de São Bento, ladeira da Barroquinha e Museu de Arte Sacra, tão importantes para o centro histórico?
Por enquanto o discurso foi dado pela metade. 
Ainda faltam muitos esclarecimentos que a Secretaria Estadual de Turismo - cadê a Secretaria de Cultura? Não deveria ter sido consultada? - tem obrigação de nos dar. 


2 comentários:

  1. Não posso acreditar no que estou vendo ! Não se pode aceitar o desmantelamento de uma cidade de maneira tão cruel e sem apoio de sua gente . afinal o que somos ? Débeis mentais , oligofrênicos desnaturados ? Temos que lutar contra esse projeto maquíavélico que querem nos impor ! A troco de que ? Consuelo Pondé de Sena.

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  2. É curioso que uma administração que reconhece a incapacidade de manter um espaço existente em condição saudável e útil à comunidade, tenha a coragem de propôr desperdiçar os recursos disponíveis, que deveriam estar sendo utilizados em manutenção, para construir algo de uso e gosto duvidoso numa área histórica, que certamente estará abandonado aos toxicômanos 6 meses depois de entregue, como é a prática administrativa pública na Bahia. Está de parabéns o Ilustre Secretário pela aula de alienação e/ou ignorância, pelo exemplo de desapego ao patrimônio do seu estado e pelo deserviço prestado ao futuro de Salvador. Parabéns.

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