sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

SOBRE O SUICÍDIO

Após campanha, britânico reencontra homem que o 'salvou' de suicídio

Jonny Benjamin (à esq) e Neil Laybourn | Rethink Mental Illness                                         Neil Laybourn (à dir.) convenceu Benjamin a não cometer suicídio em 2008
Após lançar uma campanha que se tornou viral na internet, um britânico reencontrou o homem que o convenceu a não cometer suicídio saltando de uma ponte no centro de Londres, em 2008.
Jonny Benjamin, de 26 anos, havia lançado um apelo nas redes sociais para tentar encontrar o homem, a quem apelidou de 'Mike'.

Uma das milhões de pessoas a verem a campanha online, propagada pela hashtag #Findmike, foi o personal trainer Neil Laybourn, de 31 anos.Além dos apelos no Facebook e no Twitter, Benjamin também passou horas na ponte de Waterloo distribuindo panfletos, na esperança de localizar a pessoa que salvou sua vida.
Laybourn imediatamente se identificou como o homem procurado.
"Eu não consegui acreditar quando vi a campanha e entrei em contato na hora", relembra.
"Fiquei tão feliz de saber que Jonny estava bem. Eu sempre pensei nele ao longo de todos esses anos", disse Neil.
Em 2008, Jonny Benjamin havia sido diagnosticado com transtorno esquizoafetivo, uma doença que combina esquizofrenia com depressão.
"Eu não aceitava o diagnóstico, achava que nunca iria melhorar e que minha vida tinha acabado", relembra.
Momentos antes de tentar cometer suicídio, Benjamin foi interrompido por um homem que atravessava a ponte.
"Ele puxou uma conversa e me ofereceu um café", disse ele à BBC.
"Ele não precisava parar. Mas não somente parou, como conversou comigo, me disse que eu iria melhorar. E era exatamente isso que precisava ouvir", conta.
"Eu quero agradecer a ele, mostrar minha gratidão pelo que ele fez naquele dia", disse o britânico, pouco tempo antes de ser contactado por Neil.

Ato de bondade

No panfleto, Benjamin dizia que, infelizmente, estava tão desorientado no dia que se não lembra da fisionomia do homem.
"Tudo que sei é que ele tinha vinte e poucos anos e estava indo para o trabalho. Agora quero encontrá-lo e agradecê-lo. Você pode me ajudar?"
Hoje Benjamin é um embaixador da instituição de caridade Rethink Mental Illness (Repense as Doenças Mentais, em tradução livre) e já ajudou muitas pessoas a lidarem com seus transtornos.
Por meio de um vídeo blog, ele relata suas experiências com o transtorno esquizoafetivo e é seguido por mais de mil pessoas em redes sociais.
Recentemente ele apresentou um documentário no canal BBC 3 sobre doenças mentais e está produzindo um documentário sobre sua busca pelo "bom samaritano".
"Seu ato de bondade mudou a maneira como passei a ver a vida e penso muito nele desde então. Se não fosse por ele, provavelmente não estaria aqui hoje".

UM JARDIM VERTICAL EM SÃO PAULO

Movimento 90º, que vem espalhando jardins verticais por diversos cantos da cidade, lançou um mini documentário que retrata o processo de montagem do jardim vertical do Edifício Honduras, ao lado do Minhocão.
O grupo tem como objetivo disseminar a ideia dos jardins como contribuição para uma melhor qualidade de vida dos moradores e habitantes da cidade de maneira geral. Além de belos, os jardins suspensos, agem como filtro de gases poluentes, isolantes térmicos e acústico, e umidificadores do ar.

A ODEBRECHT REQUALIFICANDO OS PASSEIOS ...

... DE SALVADOR
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A PONTE SALVADOR - ITAPARICA...

...TERÁ UM PROJETO OUSADO!

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MAPA ANTIGO DE SALVADOR

DE 1894 ESTA MAPA MOSTRA COMO ERA A PRIMEIRA CAPITAL DO BRASIL POUCOS ANOS APÓS AO FIM DA ESCRAVIDÃO.
INCLUI O BARBALHO, HOJE TOTALMENTE DESCARATERIZADO EM CONSEQUENCIA DA IRRESPONSABILIDADE DOS ÓRGÃOS "RESPONSÁVEIS"

JOÃO CABRAL DE MELO NETO E O FUTEBOL

Ney Costa Santos
O poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, um dos grandes da poesia brasileira, gostava de futebol e chegou a jogar como meio de campo no juvenil do Santa Cruz, onde foi campeão em 1935.



Sua poesia era a das coisas em si. O que o interessava era aquilo de dentro, o interno, o miolo das coisas e, assim falando, falava do mundo, daquilo que nele observava e vivia.

Embora dissesse que o seu interesse por futebol tenha durado dos oito anos até a adolescência, os poemas sobre esse assunto em sua obra revelam o olhar agudo de quem vê o jogo por dentro e não se fixa tão somente às suas exterioridades: o espetáculo, o rumor das torcidas, a plasticidade das jogadas, a fantasia criativa de um gol raro ou decisivo.

No livro Museu de Tudo, publicado em 1975, há quatro poemas sobre o futebol: O torcedor do América F.C.; Ademir da Guia; Ademir Menezes; O Futebol Brasileiro evocado da Europa.

No poema sobre o torcedor do América de Recife, tradicional clube pernambucano ainda em atividade, Cabral desvenda o gosto raro daquele torcedor que não convive com as vitórias, que torce pelo time pequeno nos estádios vazios.



O TORCEDOR DO AMÉRICA F.C

O desábito de vencer
não cria o calo da vitória
não dá à vitória o fio cego
nem lhe cansa as molas nervosas.
Guarda-a sem mofo: coisa fresca,
pele sensível, núbil, nova,
ácida à língua qual cajá,
salto do sol no cais da Aurora.


Os cariocas ao lerem esse poema pensarão logo no América do Rio, matriz dos Américas do Brasil, quase todos padecendo desse “desábito de vencer”. Pessoalmente, penso na saga do América, o “Mequinha”, tão caro às tradições do futebol carioca, time de meus tios-avós tijucanos, um time grande na minha infância, que vi no Maracanã, na arquibancada atrás do gol, aos dez anos, ser campeão carioca de 1960. Cabral fala do América do Recife e de todos os Américas, de todos aqueles que torcem pelos times pequenos e carregam essa paixão machucada pelas várzeas e estadinhos Brasil a fora, sofrendo e ansiando por uma vitória que raramente vem, mas quando chega é saboreada como “coisa fresca, pele sensível, núbil, nova, ácida à língua qual cajá”, tal um sol brilhante e repentino.

Seria essa fruição rara o segredo da persistência da paixão do torcedor pelos clubes sem glórias?

Os dois poemas seguintes são sobre ritmo: Ademir da Guia e À Ademir Menezes. 


ADEMIR DA GUIA

Ademir impõe com seu jogo
o ritmo do chumbo (e o peso),
da lesma, da câmara lenta,
do homem dentro do pesadelo.

Ritmo líquido se infiltrando
no adversário, grosso, de dentro,
impondo-lhe o que ele deseja,
mandando nele, apodrecendo-o.

Ritmo morno, de andar na areia,
de água doente de alagados,
entorpecendo e então atando
o mais irrequieto adversário.


Ademir da Guia era freqüentemente acusado de lento e de atrasar o jogo. Pura inverdade. Filho do lendário zagueiro Domingos da Guia. Ademir começou no Bangu em 1960, foi para o Palmeiras em 1962 e lá jogou até 1977, participando de times como a célebre Academia.Seu ritmo era diferente,pensado e calibrado,sempre atento às variações e alternâncias do jogo ao qual Ademir ia impondo o seu ritmo.Organizava o meio de campo e a saída de bola. Quando seu time era atacado, ele sabia desarmar o adversário e passar rapidamente da defesa ao ataque. Sempre o pensamento em movimento, a cadencia exata e necessária a cada circunstancia do jogo. Ademir fazia o passe médio e longo, era capaz de correr com a bola dominada, ir à linha de fundo e cruzar com precisão, tinha presença na área para uma cabeçada ou o arremate final. Seu repertório rítmico era variado e por isso se impunha à correria adversária.A alegada lentidão não era a pouca velocidade, mas a capacidade de pensar e alternar a cadencia de jogo, era o ardil e não o espalhafato, futebol inteligente e não ornamental.Ademir da Guia foi um artista sereno e refinado. Quem não o viu jogar ou está cansado de ouvir essa conversa fiada de lentidão, deve ver o documentário “Um Craque chamado Divino”. 


A ADEMIR MENEZES

Você, como outros recifenses,
nascido onde mangues e o frevo,
soube mais que nenhum passar
de um para o outro, sem tropeço.

Recifense e, assim dividido
entre dois climas diferentes,
ambidextro do seco e do úmido
como em geral os recifenses,

como você, ninguém passou
de dentro de um para o outro ritmo
nem soube emergir, punhal, do lento.
secar-se dele, vivo, arisco.


Ademir Marques de Menezes, craque famoso dos anos 40 e 50, foi artilheiro da Copa de 1950 com nove gols. Jogou a maior parte de sua carreira no Vasco da Gama, no famoso time do Expresso da Vitória.Em 1946 e 1947 jogou no Fluminense, sagrando-se campeão carioca na sua primeira temporada.

Não vi Ademir jogar e as poucas imagens que restam dele são aquelas da Copa de 50. Lembro-me bem de quando era garoto e ouvia as conversas dos mais velhos, que tomavam cervejas nos quintais enquanto as crianças zuniam pela casa nos aniversários. Eles descreviam os rushes de Ademir, arrancadas fulminantes em dribles rápidos, sua capacidade de sair da imobilidade e disparar em direção ao gol adversário. Contavam que era um artilheiro agudo e preciso.

João Cabral, em Ademir Meneses, fala dessa dualidade rítmica, própria dos recifenses. O ritmo do mangue, que ata, e o do frevo, que dispara; a capacidade de passar de um a outro, sem tropeço, tal um punhal “vivo e arisco”.

Nesses dois poemas Cabral fala da beleza que a mescla de habilidade técnica e capacidade de variação rítmica desses jogadores-artistas proporcionava ao espectador. É um olhar para o “dentro” do futebol e não apenas para os seus aspectos externos.


O FUTEBOL BRASILEIRO EVOCADO DA EUROPA

A bola não é a inimiga
como o touro, numa corrida;
e embora seja um utensílio
caseiro e que se usa sem risco, 
não é o utensílio impessoal, 
sempre manso, de gesto usual:
é um utensílio semivivo
de reações próprias como bicho,
e que, como bicho, é mister
(mais que bicho, como mulher)
usar com malícia e atenção
dando aos pés astúcias de mão.


Há uma expressão entre os boleiros que bem define o perna-de-pau: “Esse não tem intimidade com a bola...” A proximidade carinhosa com ela, a atenção aos seus caprichos, como os de uma mulher, está no DNA do futebol brasileiro. Ao contrário de Lima Barreto e Graciliano Ramos que viram o futebol como um estrangeirismo passageiro, João Cabral percebe o modo original do estilo brasileiro e define poeticamente essa maneira de jogar “com malícia e atenção/dando aos pés astúcias de mão”. Entre essas astúcias estão o passe longo e preciso ao vislumbrar o deslocamento do companheiro, a capacidade de antever a jogada, a fantasia do drible e da resolução rápida, as trajetórias surpreendentes da bola nas cobranças de faltas.

Em um poema do livro Agrestes (1985), João Cabral fala de outra característica do futebol brasileiro clássico. Digo clássico, pois em tempos de ênfase em times de guerreiros, primeiro combate, volantes de contenção e outras expressões de infantaria,a arte do passe parece em decadência.Telê Santana dizia que “o passe é um gesto de amizade”.É por aí.


DE UM JOGADOR BRASILEIRO A UM TÉCNICO ESPANHOL

Não é a bola alguma carta
Que se levar de casa em casa:

é antes telegrama que vai
de onde o atiram ao onde cai.

Parado, o brasileiro a faz
ir onde há-de, sem leva e traz;

com aritméticas de circo
ele a faz ir onde é preciso;

em telegrama, que é sem tempo
ele a faz ir ao mais extremo

Não corre: ele sabe que é a bola,
telegrama, mais que voa.


É uma descrição precisa do que é ou foi a arte do passe no futebol brasileiro. Penso logo em Gerson,Didi,Zico, Ademir da Guia.Talvez hoje no futebol brasileiro apenas Deco e Ronaldinho Gaúcho, quando quer, sejam os herdeiros e praticantes dessa arte requintada.Passe, sim, e não assistência, como quer o jargão do atual jornalismo esportivo que importou o termo do basquete.Assistência lembra sirene, socorro, ambulância...

Na arte do passe brasileiro, o craque faz a bola chegar ao seu destino com cálculo de engenheiro e “aritméticas de circo”. Ciência e fantasia.

Os dois poemas seguintes, publicados em Crime na Calle Relator (1987), tratam da liberdade absoluta em um futebol utópico, livre dos esquemas táticos, um futebol que não mais seria jogo e sim brincadeira absoluta.


BRASIL 4 X ARGENTINA 0

Quebraram a chave da gaiola
e os quadros-negros da escola.

Rebentaram enfim as grades
que os prendiam todas as tardes
Nos fugitivos, é a surpresa,
vendo que tomaram-se as rédeas

(dos técnicos mudos, mas surpresos
brancos, no banco, com medo).

Estão presos os da outra gaiola
que não souberam abrir a porta:

ou não o puderam, contra o jogo
dos que estavam de fora, soltos.

De certo também são capazes
de idênticas libertinagens

uma vez soltos, porém como
se liberar daquele tronco

em que os aprisionaram os táticos
argentinos, também gramáticos.

E enquanto os fugitivos seguem
com a soltura, a sem lei que os regem,

nos bancos é uma a indignação:
dos que vão vencendo e dos que não:

“Voltamos ao futebol de ontem?
Voltou a ser um jogo dos onze

Voltou a ser jogar de pião?
Chegou até cá a subversão?

Como é possível haver xadrez
Sem gramática, bispos, reis?”


Nesse Brasil e Argentina as gaiolas das táticas e estratégias foram abertas e jogou-se sem gramática, bispos e reis, um anti-xadrez, um jogo de invenção e criatividade permanente, tão destituído de qualquer calculo ou planejamento, que nem a múmia que vivia na Capelinha da Jaqueira precisou ser convocada.


A MÚMIA

Na Capelinha da Jaqueira
uma múmia sobrevivera.

A de Bento José da Costa
ou de alguma amante preposta?

Ela não fazia fantasma:
era mais bem alma gorada,

ovo encruado, infermentação,
que nunca pode assombração.

*

Caminho do Campo do América
se ensaiavam dribles em sua pedra.

Se imitavam chutes sem bola
na pedra anônima em que mora.

E fosse de dia ou de noite
nunca foi de acenar a foice,

nem com gesto armado de morte
acenar-se sequer, de chofre.


*

Na Capelinha da Jaqueira,
a múmia, amiga e companheira,

punha-se acima de quem joga:
nunca envergou a negra toga,

ridícula, de juiz de futebol,
de calças curtas como um sol

castrado, já antes do apito
epilético; é Meritíssimo.

*

Talvez porque a múmia era cega?
Nunca ela torceu pelo América.

Também nunca acendemos vela
para que ela, com suas trelas,

driblasse a defesa contrária,
o juiz, e até as arquibancadas,

e entrasse só no gol do Esporte,
num “gol de chapéu”, com a Morte.


Talvez só Garrincha, algum dia, tenha jogado esse futebol da ludicidade absoluta, o prazer de jogar uma doce pelada cósmica.
*Ney Costa Santos é Flamengo, Mestre em Comunicação Social e Professor da PUC-Rio. Cineasta, dirigiu os filmes Heleno e Garrincha,Meu Glorioso São Cristovão, O Pulo do Gato,Cinema Interior,Cole in Rio e Padre-Mestre. Nesta semana, é um convidado especial do Megafone que certamente passará a ser membro efetivo. Apóia enfaticamente “Fora Marin”.

Três toques do Megafone

1) Como disse o autor sobre Ademir da Guia, “quem não o viu jogar ou está cansado de ouvir essa conversa fiada de lentidão, deve ver o documentário Um Craque chamado Divino.” No link o trailer do filme. Um colírio para os admiradores do futebol arte:

http://www.youtube.com/watch?v=SplZHzOUEDY

2) João Cabral de Melo Neto teve seu poema Morte e Vida Severina, musicado por Chico Buarque de Hollanda, a pedido de Roberto Freire, diretor do teatro TUCA da PUC de São Paulo. A peça encenada em 1966 se tornou um sucesso, recebendo premiação no festival universitário de Nancy, na França. João Cabral foi o poeta brasileiro que mais se dedicou ao futebol.

No link você pode ver a força e a beleza do poema( parte 8) de João Cabral musicado por Chico:

http://www.youtube.com/watch?v=uL9cDmQxMwo

3) Ney Costa Santos voltará em breve ao Megafone com o artigo Heleno e Garrincha, tema de um de seus filmes.
Deixa Falar: o Megafone do Esporte: criação e edição de Raul Milliet Filho.

O COLEGA E CONCORRENTE DA DILMA


A FIFA ORDENOU...

... E O CONGRESSO ACATOU!

Aprovado projeto que autoriza venda de bebidas alcoólicas em estádios na Bahia

por Sandro Freitas 
BAHIA/NOTÍCIAS






        Aprovado projeto que autoriza venda de bebidas alcoólicas em estádios na Bahia
Foi aprovado em dois turnos, e segue para sanção do governador Jaques Wagner, o projeto de autoria do deputado João Bonfim (PDT) que autoriza e regulamenta a comercialização e a venda de bebidas alcoólicas em estádios e arenas de eventos esportivos no estado. "A Bahia inova sendo um dos primeiros estados a regulamentar a venda de bebidas alcoólicas em estádios, o que já vem sendo autorizado pela Justiça", disse o relator da matéria, Elmar Nascimento (DEM), líder da oposição na Assembleia Legislativa (AL-BA), em entrevista ao Bahia Notícias. Votaram contra a matéria os parlamentares Rosemberg Pinto (PT), Capitão Tadeu (PSB), Maria Del Carmen (PT), Yulo Oiticica (PT), Sidelvan Nóbrega (PRB), Pastor Sargento Isidório (PSB), Carlos Ubaldino (PSD) e Aderbal Caldas (PP).

COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO: a expressão "vergonha na cara" é desconhecida no congresso.

NÃO GOSTA DE MEXER COM VEADO?

foto 19 Após agressão, gay revida e humilha funkeiro. Assista!


SOU TEU PASTOR

UMA CARTA DE MARCOS PALÁCIOS

Estamos testemunhando mais uma ação de censura, prepotência e estreiteza de posicionamento por parte do Governo Norte-Americano.

O Coursera  (https://www.coursera.org/) é uma organização norte-americana que vem oferecendo cursos online (ministrados por professores de universidades norte-americanas e fora dos Estados Unidos) nas mais diversas áreas de conhecimento e de forma aberta e gratuita.

Pois agora o Governo Norte-Americano decidiu proibir  a cidadãos de Cuba, Irã, Síria e Sudão o acesso a esses cursos, alegando que cursos online são um "produto de exportação" estando, portanto, enquadrados nas sanções comerciais que os USA mantém contra tais países.

Transcrevo abaixo a carta de protesto do Prof. Dr. Ebrahim Afsah, da Universidade de Copenhagen, que atualmente ministra um curso no Coursera, com quem publicamente solidarizo-me.

Saudações,

Marcos Palacios
Professor Titular
FACOM/UFBA

"...I write this email under protest and with a considerable degree of anger and sadness. Few things illustrate the bone-headedness, short-sightedness, and sheer chauvinism of the political structure of the United States better than the extent to which its ideologues are willing to go to score cheap domestic political points with narrow interests in the pursuit of a sanctions regime that has clearly run its course. 

You might remember the Apple ad from a few years back, in which the company proudly announced that their machines were now so powerful that they fell under export restrictions: "For the first time in history a personal computer has been classified as a weapon by the US government ..."

http://www.youtube.com/watch?v=t4dDuocAXTY

Well, that was a tongue in cheek quip at their Wintel competitors, but a few years after that same company decided that also an iPad apparently could now a weapon, in a rather cowardly anticipatory cow-tow to an ever expanding and aggressive sanctions regime, when they stopped selling any of their products to anyone who happened to SPEAK Persian in their stores (the company has since lifted that idiotic policy):

http://www.bbc.co.uk/news/world-us-canada-18545003

But you will now be interested to hear that also my course (and anything else Coursera offers) has been classified, if not a weapon that could be misused, then at least a "service" and as such must not fall into the hands of anybody happening to live in the countries that the United States government doesn't like. I have thus been informed that my students in Cuba, Syria, Sudan and my homeland will no longer be able to access this course. I leave it to you to ponder whether this course is indeed a weapon and if so against what and what possible benefit the average American citizen could possibly derive from restricting access to it.

Be this as it may, I invite those students affected to use services such as hola.org or VPN routers to circumvent these restrictions.

Let me reiterate that I am appalled at this decision. Please note that no-one at Coursera likely had a choice in this matter!

At any rate, rest assured that these are not the values of the University of Copenhagen, of its Faculty of Law, and most assuredly not mine!

Let me end on a personal note: as a recipient of a McCloy Scholarship created to foster trans-Atlantic friendship and as someone who spent some of his most formative years in the United States, I have to admit that I am worried about the path this country is descending to. Blocking teaching (and medicine) from people whose government one doesn't like is a fallback into the darkest hours of the last century. As my teacher at MIT, Prof. Stephen Van Evera would have told the people responsible for this: your mothers would not be proud of you today.

Your instructor,

Prof. Dr. Ebrahim Afsah
Faculty of Law
University of Copenhagen

PS: Below an excerpt of the communication I received from Coursera; I know from previous engagements that there is absolutely nothing they can do in the current legal climate in the United States:

"As some of you already know, certain U.S. export control regulations prohibit U.S. businesses, such as Coursera, from offering services to users in sanctioned countries (Cuba, Iran, Sudan, and Syria). The interpretation of the export control regulations in the context of MOOCs has been ambiguous up until now, and we had been operating under one interpretation of the law. Last week, Coursera received definitive guidance indicating that access to the course experience is considered a service, and all services are highly restricted by export controls. 
In particular, the notion of “services” includes offering access to human grading of quizzes and assessments, peer-graded homework, and discussion forums. Regrettably, Coursera must therefore cease offering MOOC access to users in certain sanctioned countries in order to ensure compliance with these U.S. laws and to avoid serious legal ramifications."

PPS: I don't think it is very constructive to voice your opposition to Coursera, as they can't do anything about it anyway. If you feel you must voice your discontent, direct it at the political representatives who are responsible for this situation, i.e. your congressman or -woman if you are a US citizen or the local US representation if you are not.
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