domingo, 27 de abril de 2014

RODOVIAS OU PARQUES?

6 cidades que trocaram suas rodovias por parques  

As autoestradas construídas nas cidades são muitas vezes pensadas como uma solução para congestionamento de veículos. Entretanto, a teoria da demanda induzida tem demonstrado que quando os motoristas contam com mais vias, optam por seguir usando este meio ao invés de utilizar o transporte público ou a bicicleta e, como resultado, o congestionamento não diminui. 
Por isso, existem cidades que têm optado por acabar com o espaço dos automóveis e, onde havia autoestradas, hoje há parques urbanos e ruas menos congestionadas.
A seguir mostramos seis casos deste tipo. Alguns já estão concluídos, enquanto que alguns ainda estão em fase de construção. Para a surpresa de alguns, a maioria dos projetos estão nos EUA, o que reflete que os projetistas deste país estão estudando as políticas de transporte européias, tal como lhes contamos em nosso artigo sobre quais são as “9 razões do porquê os EUA são mais dependentes do automóvel do que a Europa” (Parte I e Parte II).
Harbor Drive, Portland – EUA
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Uma das primeiras autoestradas estadunidenses que foi eliminada para dar lugar a um parque foi Harbor Drive, localizada em Portland, construída na costa do rio Willamette. Em 1974 começaram os trabalhos de transformação que deram lugar ao parque Tom McCall.
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A ponte Hawthorne, que era original da autoestrada, foi mantida e se transformou em uma ponte para ciclistas e pedestres, conectando a Primeira Avenida com o parque.
Cheonggyecheon, Seul – Coréia do Sul 
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A autoestrada elevada de Cheonggyecheon, em Seul, foi construída sobre um canal homônimo. Mas ante à contaminação ambiental e o ruído que geraram os mais de 160 mil veículos que transitavam por ela diariamente, o prefeito Lee Myung Bak lançou um plano para demoli-la e construir um parque em seu lugar.
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A proposta construída foir projetada por Kee Yeon Hwang, que considerou a despoluição do canal e lhe devolveu seu papel como lugar de encontro. Além disso, a recuperação este espaço público fez diminuir os níveis de ruído e a temperatura do entorno. 
Pier Freeway, São Francisco
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No início de 1980, em São Francisco, começou-se falar de um plano para demolir a autoestrada California 480 com a ideia de se construir em seu lugar um parque. No entanto, somente em 1991 a autoestrada de dois andares foi demolida – após ter sido danificada pelo terremoto de 1989. Estudos concluíram que reconstruir a autoestrada era muito mais caro do que fazer um parque.
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Atualmente o lugar tem uma das melhores vistas da baía de São Francisco e conta com muitos quilômetros de passeios para pedestres e ciclistas. 
Madrid Río, Madrid 
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No ano de 2000 foi iniciado o projeto Madrid Río, que buscava recuperar a margem do rio Manzares. Tarefa difícil por conta dos trechos da autopista M-30 que o atravessavam.
Como no local havia diversas construções históricas, como a Puente de Segovia - a ponte mais antiga da cidade -, a Ermita Virgen del Puerto e a Puente del Rey, o projeto considerou sua recuperação para manter a história da cidade em meio ao parque. Além disso, a Puerta del Rey, uma construção datada do reinado de José Bonaparte, pôde enfim voltar a sua localização original, já que havia sido deslocada durante a construção da autoestrada.
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Em 2011 o parque foi aberto, oferecendo aos cidadãos espaços para prática esportiva, passeios e conhecimento a respeito da história da cidade. Neste caso, a autoestrada não foi demolida completamente, mas o trânsito dos veículos foi desviado por túneis subterrâneos.
Park East Freeway, Milwaukee 
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Nos anos 60, um projeto previa que o centro da cidade fosse cercado pela autoestrada Park East Freeway. No entanto, os moradores próximos começaram a se opor, argumentando que o projeto causaria muito ruído contaminação. Por este motivo, a autoestrada nunca foi terminada e certas partes foram demolidas entre 1999 e 2002 para o desenvolvimento do projeto Park East Corridor que, quando inaugurado, permitirá um livre acesso do centro da cidade até o rio.
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© trevor.patt, via Flickr
No total, o novo parque possui 60 hectares, dos quais 24 foram destinados a novas construções para revitalizar a região. Até o momento, a porção norte do parque é a que mostra maiores avanços através da remodelagem das principais avenidas que se conectam com o centro da cidade.
Alaskan Way, Seattle 
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Em 2001 um terremoto danificou o viaduto da autoestrada Alaska, em Seattle. Inicialmente pensou-se em reconstrui-lo, entretanto optou-se por fazer um túnel subterrâneo com quatro pistas para que na superfície o passeio Bahía Elliot se una com o resto da cidade através de um novo espaço de pedestres. A inauguração do parque está prevista para o próximo ano. 
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Via Plataforma Urbana. Tradução Arthur Stofella, ArchDaily Brasil

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