segunda-feira, 30 de novembro de 2015

MODA

A TRANSFORMAÇÃO DOS MONUMENTOS Á IGNORÂNCIA

CARLOS CHAGAS

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No fim de semana a imprensa recorda o rio de lama que escorreu da participação das empreiteiras na construção ou remodelação dos estádios de futebol para a copa do mundo de 2014. Dezenas de bilhões de reais foram superfaturados e roubados dos cofres públicos, com a correspondente distribuição de propinas para governantes, políticos e empresários. Erigiram-se monumentos à ignorância nacional. Nem ao menos ganhamos a competição, pois oferecemos ao mundo um dos  maiores vexames esportivos de todos os tempos. Pior ficou no fim de  tudo, com os estádios vazios e inócuos, servindo de homenagem ao desperdício de recursos imprescindíveis ao nosso desenvolvimento. Os bilhões poderiam ter sido utilizados na implantação de hospitais, universidades e centros de pesquisa. O governo deu de ombros quando lhe c aberia, ao menos, adaptar esses imensos elefantes brancos para finalidades paralelas que, longe de ser subsidiárias e supérfluas, teriam se tornado em principais aplicações necessárias.
Por que não transformaram em alternativas sociais o Maracanã remodelado, o Mané Garrincha, a arena da Amazônia e os demais palácios?  No fins de semana, futebol, mas nos demais dias, salas de aula, bibliotecas,  laboratórios, enfermarias e auditórios destinados a ampliar o saber de uns ou a minorar agruras de outros? Adaptações poderiam ter sido feitas durante o início das obras, mas, mesmo depois, valeria o investimento. Em especial se em vez da roubalheira e da distribuição de propinas e comissões agora reveladas.
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No primeiro governo de Leonel Brizola, no Rio, graças também a Darcy Ribeiro e a Oscar Niemayer, em poucos meses construiu-se o Sambódromo, que desde então abriga os espetaculares desfiles das Escolas de Samba. Só que durante o ano inteiro as instalações funcionam como outro tipo de escolas, frequentadas por centenas de crianças. Além de terem sido abertos montes de vagas para professores.
QUEM PAGOU PELA FARRA?
Voltando aos tempos de hoje, quem pagou a farra dos estádios exclusivos, tão a gosto das empreiteiras? Os governos estaduais subsidiados pelo governo federal, quer dizer, a população através de seus impostos.
Ainda haveria tempo, caso houvesse arrependimento e disposição por parte das autoridades e das elites. Ou já se esqueceram das parcerias público-privadas e da participação do capital particular na tarefa de retomar o crescimento? Não faltariam grupos interessados em implantar universidades ou em investir na saúde, subsidiados pelo BNDES e sucedâneos, claro  que dessa vez  voltados para servir à população.
Falta imaginação aos detentores do poder, principalmente quando se trata de corrigir erros. Os monumentos à ignorância bem que poderiam ser transformados em bens a serviço da sociedade, até financiados com as multas que as empreiteiras se comprometem pagar. Se nada disso der certo, se as sugestões que a lógica indica forem  obstadas pela burrice que assola o país, fica pelo menos a opção de transformar os estádios em penitenciárias para abrigar os ladrões da coisa pública. O diabo é que talvez não bastem…

MARIA GRANEL

EM LISBOA


UMA LINDA FORMA DE INICIAR A SEMANA

NESTA ÚLTIMA SEGUNDA-FEIRA DE NOVEMBRO, 

 EU TINHA ENCONTRO MARCADO 
COM UMA ROSA AMARELA
NO RESTAURANTE DO VILLA-BAHIA...

 LOGO NA ENTRADA DO HOTEL,
O MENU ANUNCIAVA AS DELÍCIAS DA SEMANA

 OMNÍVORO ASSUMIDO,
COMECEI POR UM STEAK TARTAR


 CONTINUEI COM ESTE BELO FILÉ DE PEIXE
COM BATATAS AMASSADAS 
Y OTRAS COSITAS MÁS

 TERMINANDO COM UMA FATIA 
DE TOUCINHO DO CÉU. 
MAIS UMA INVENÇÃO PECADORA
DAS FREIRAS PORTUGUESAS!

DEPOIS DO CAFÉ...
NO VIZINHO CENTRO CULTURAL DOS CORREIOS
QUE COSTUMA SEMPRE TER EXPOSIÇÕES INTERESSANTES

SUBI A NOBRE ESCADARIA FORRADA 
DE ANTIGOS AZULEJOS

 PARA APRECIAR UMA EXPOSIÇÃO DE FOTOS
MUITO BEM MONTADA

 E DESCOBRI UMA YEMANJA PARECENDO 
DIVINIDADE EGÍPCIA 

 POR UMA DAS JANELAS PUDE CONSTATAR QUE MORADOR DE RUA
 TAMBÉM SABE SE COMUNICAR


 UM EXAGERO DE BELEZA, ESTA FACHADA
DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO...



 OUTRO DETALHE DA FACHADA
  
E VOLTEI PARA MINHA CASA
MAIS UMA VEZ ENCANTADO POR MORAR 
NO CENTRO HISTÓRICO DE SALVADOR

A EMBAIXADA DO BRASIL EM PARIS

LOCALIZADA EM UM DOS ENDEREÇOS MAIS ELEGANTES DE PARIS, A AVENUE FRANKLIN ROOSEVELT, A EMBAIXADA DO BRASIL É BELA, SOFISTICADA, CONFORTÁVEL E FÁCIL DE SER VIGIADA PELA POLÍCIA









ENTÃO PERGUNTO: 

PORQUE A NOSSA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF NÃO SE HOSPEDOU NELA EM VEZ DE GASTAR FORTUNAS EM HOTEIS DE LUXO?
EM TEMPO DE VACAS MAGRAS, PODERIA TER FEITO UMA BELA ECONOMIA. 
ALIÁS, A OBSERVAÇÃO VALE EM PARIS, COMO EM LISBOA, ROMA OU WASHINGTON



OS CEM ANOS DE ULYSSES

OS 100 ANOS DE ULYSSES
 
  
SEBASTIÃO NERY - Tribuna da Imprensa - 29.11.2015
 

Salvador (BA) - Ninguém me contou. Eu vi. Estava lá. Às 19 horas de um sábado, em 1978, no “hall” do Hotel Praia-Mar, em Salvador, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Roberto Saturnino e Freitas Nobre receberam a visita de toda a direção do MDB da Bahia com a notícia nervosa:
 
– A Polícia Militar (governo Roberto Santos, ARENA)  havia cercado a praça do Campo Grande e comunicado oficialmente ao partido que não ia permitir a reunião para lançamento das candidaturas da Oposição da Bahia ao Senado.
 
– Isto é ilegal, disse Ulysses. A portaria do Ministério da Justiça proíbe concentrações em praça pública, mas não em recinto fechado. A sede do partido é inviolável.
 
Ulysses esfregou as mãos na testa larga, desceu pelos olhos fechados, levantou-se:
 
– Vou entrar de qualquer jeito. Vamos entrar. É uma arbitrariedade sem limites.
 
 
A BATALHA
 
Em vários automóveis, saímos todos, políticos e jornalistas, com encontro marcado em frente ao Teatro Castro Alves, do outro lado da sede do MDB, no Campo Grande. Era um campo de batalha: 500 homens de fuzil com baioneta calada, 28 caminhões-transporte, dezenas de patrulhas, lança-chamas, grossas cordas amarradas nos coqueiros em torno da praça.
 
Ulysses desceu do carro, olhou, meditou, comandou:
 
– Vamos entrar na praça e no partido! Vamos rápido, sem conversar.
 
Avançou. Atrás dele, Tancredo, Saturnino e a mulher, Freitas Nobre, Rômulo Almeida, Newton Macedo Campos e Hermógenes Príncipe (os três candidatos do MDB ao Senado), deputados Nei Ferreira, Henrique Cardoso, Roque Aras, Clodoaldo Campos, Aristeu Nogueira, Tarsílo Vieira de Melo, Domingos Leonelli, vereador Marcello Cordeiro, Nestor Duarte Neto, eu e outros jornalistas. Uma cerca de fuzis e os soldados empertigados. Quando nos aproximamos, um oficial gritou:
 
– Parem! Parem!
 
Ulysses levantou os braços e gritou mais alto:
 
– Respeitem o presidente da Oposição!
 
Meteu a mão no cano de um fuzil, jogou para o lado, atravessou. Tancredo meteu o braço em outro, passou. O grupo foi em frente. Três imensos cães negros saltam sobre Ulysses, Freitas Nobre dá um ponta-pé na boca de um, Rômulo Almeida defende-se de outro. Chegamos todos à porta da sede do MDB, entramos aos tombos e solavancos. Ulysses sobe à janela, ligam os alto-falantes para a praça:
 
– Soldados da minha Pátria! Baioneta não é voto, boca de cachorro não é urna!
 
E os cabelos brancos se iluminavam como coqueiros ao vento.
 
Era o comício que não tinha sido planejado: 14 discursos e uma passeata. Graças à coragem, decisão e valentia de Ulysses.
 
(Meu prefácio ao livro de Ulysses Guimarães “ROMPENDO O CERCO” – 1978)
 
 
CENTENÁRIO
 
Falta pouco para o centenário de Ulysses Guimarães, quando São Paulo e o Brasil vão relembrar os 100 anos do grande brasileiro. Nascido em 6 de outubro de 1916 (e desaparecido em outubro de 1992), Ulysses está chegando ao centenário: 6.10.1916.
 
Neste século, poucos brasileiros tiveram sua grandeza.
 
 
JK E ULYSSES
 
“Há muito tempo que não leio uma peça oratória tão rica em substância, e tão profunda em conteúdo como a que você proferiu na Convenção do MDB, aceitando sua candidatura (a Presidente da República) e fixando conceitos da mais alta transparência. E ouvir uma voz, como a sua, erguendo-se do fundo de todas as expectativas, enche-nos de esperanças.” (Carta de JK a Ulysses)
 
 
FÉRIAS
 
Como todo ano, dezembro é férias. E férias é Nordeste: Salvador, Recife, Porto de Galinhas, São Miguel dos Milagres.  Até janeiro.

JORNAL DA ORDEM






A ASTRONOMIA DE VINICIUS DE MORAES

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão*
Vinicius de Moraes inspirou-se no céu em diversos períodos de sua vida literária. Seria curioso saber quais poderiam ter sido os seus reais conhecimentos de astronomia. Quais teriam sido as condições ambientais que o conduziram à utilização dos astros como meio de expressão, com o objetivo de elaborar imagens e, às vezes, para transmitir sensações e sentimentos. Imediatamente, pela leitura de sua crônica Menino da Ilha, descobre-se que desde cedo tinha uma enorme atração para a contemplação celeste:
"Quando não havia luar era mais lindo e misterioso ainda. Porque, com a continuidade da mirada, o céu noturno ia desvendando pouco a pouco todas as suas estrelas, até as mais recônditas, e a negra abóbada acabava por formigar de luzes, como se todos os pirilampos do mundo estivessem luzindo na alta esfera. Depois acontecia que o céu se aproximava e eu chegava a distinguir o contorno da galáxia, e estrelas cadentes precipitavam-se como loucas em direção a mim com as cabeleiras soltas e acabavam por se apagar no enorme silêncio no infinito. E era uma tal multidão de astros e tremeluzir que, juro, às vezes tinha a impressão de ouvir o  burburinho infantil de suas vozes. E logo voltava o mar com seu marulhar ilhéu, e um peixe pulava perto, e um cão latia, e uma folha seca de amendoeira era arrastada pelo vento, e se ouvia a tosse de Augusto, longe, longe. Eu olhava a casa, não havia ninguém, meus pais dormiam, minhas irmãs dormiam, meu irmão pequeno dormia mais que todos. Era indizivelmente bom".
As noites estreladas da Ilha do Governador em sua juventude, na época muito pouco iluminada pelas luzes elétricas, aliaram-se, no seu espírito curioso e observador, a um conhecimento astronômico elementar, assim como a uma precisa noção do vocabulário relativo aos corpos celestes, como se comprova pelo estudo dos termos empregados com o seu exato significado.
Um prolongamento desse sentimento encontra-se no poema Pescador, quando após informar ter sido um contemplador do céu noturno, do céu sem Lua (melhor época para observar as estrelas), confessa: "Quando eu olho no céu fico tonto de tanta estrela". Logo em seguida, no mesmo poema, relata um dos mais belos espetáculos que só aqueles que vivem voltados para as indizíveis ocorrências celestes já tiveram oportunidade de registrar. Trata-se do aparecimento matutino do planeta Vênus no mar:
       "Ouve, eu não peço nada no mundo, eu só queria a estrela
        Porque ela sorri mesmo antes de nascer, na madrugada.
       Oh, vai no horizonte, pescador, com tua vela tu vais depressa
       E quando ela vier à tona, pesca ela para mim depressa, pescador?"
Um dia, Vinicius quer partir à procura da liberdade: 
       "Quero ir-me embora pra estrela
       Que vi luzindo no céu
       Na várzea do setestrelo"
Aqui setestrelo é o mais belo dos aglomerados abertos visíveis a olho nu, durante os meses de verão, quando, então, surge como uma nuvem leitosa de sete estrelas. O nosso poeta da Garota de Ipanema parecia reconhecer com facilidade as estrelas no céu. Assim, citou inúmeras vezes em seus poemas as constelações e estrelas pelos seus nomes próprios, indicando sempre a sua exata localização. Ao viajar para o Hemisfério Norte teve a sua curiosidade voltada para o céu boreal, tendo logo procurado a sua principal atração, a Estrela Polar, à qual iria dedicar dois poemas. Num deles, escrito a bordo do Highland Patriot, no Oceano Atlântico, a caminho da Inglaterra, em 1938, escreveu seus primeiros versos de descoberta da Estrela Polar:

       "De repente o mar fosforeceu, o navio ficou saliente
       O firmamento lactesceu todo em poluções vibrantes de astros
       E a Estrelinha Polar fez pipi de prata no atlântico penico"

Em sua poesia escrita em Oxford, as referências astronômicas não têm a coloração viva do contemplador celeste da Ilha do Governador; talvez, em virtude das condições atmosféricas. No entanto, a Lua foi sempre uma constante em sua poesia.
Em Los Angeles, nos fala de Alfa e Beta do Centauro que vira no céu, quando ficou esperando até o amanhecer o Cruzeiro do Sul que sabia não iria surgir. Suas noções astronômicas parecem ter sido muito bem fundamentadas nos cursos de cosmografia que ainda existiam na época em que estudou.
Das estrelas binárias e da origem do universo encontramos estes versos:
       "Como duas estrelas que gravitam
       Juntas para, depois, num grande abraço
       Rolarem pelo espaço e se perderem
       Transformadas na magna incandescente
       Que milênios mais tarde explode em amor
       E da matéria reproduz o tempo
       Nas galáxias da vida no infinito".
Com relação à origem da vida, supôs em um dos seus versos que nós seríamos talvez "polos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na Terra". Assim define o poeta a criação do homem numa referência à teoria da panspermia de Svante Arrhenius do século passado, e atualmente revivida por Fred Hoyle, que acredita que a vida tenha sido transportada para o nosso planeta por intermédio das moléculas orgânicas que existem nos cometas.
Até a própria noção moderna dos "buracos negros" surge em sua poesia:
       "Veio de longe; e o meu amor despenhou-se do vácuo
       Como um negro sol incendido, varando milênios
       Da solidão e desencontro, recuperando
       Infinitos perdidos, espaços
       Abandonados, arrastando no seu vértice
       Astros sem luz, estrelas moribundas
       Mundos sem manhã".
Um dos astros que maior impacto produziram em Vinicius foi a Lua. Utilizou várias vezes em seus poemas a velha noção de indicar Lua em substituição ao mês como unidade de contagem de tempo: "Aquela que dormirá comigo todas as luas". Aliás, a Lua assume, em Vinicius, a imagem consoladora da noite, imagem feminina do amor carnal que no nosso poeta teve sempre uma conotação das coisas mais puras do universo. Para as mentes puras não existe nada impuro; assim foram todos os seus amores, sempre assumidos e jamais escondidos.
A noção de infinito, assim como a Lua, desempenhou uma importância enorme na poética de Vinicius, em particular, se considerarmos os sucessivos papéis que essas ideias irão assumindo gradativamente na sua evolução. Poderíamos encontrar motivos e interpretações de ordem psicológica. Para nós, entretanto, tais imagens parecem na realidade uma consequência do temperamento contemplativo, aliado a uma enorme capacidade de amar sem preconceitos, que caracterizou toda a sua vida e sua poesia.
Aliás, convém notar que, no início, na adolescência, quando, na Ilha do Governador, contemplava o céu, a ideia do infinito lhe transmitia um notável sentimento de paz:
"Havia ocasiões em que adormecia sem dormir, numa semiconsciência dos carinhos do vento e da água no meu rosto e nos meus pés. É que vinha-me do infinito uma tão grande paz e um tal sentimento de poesia que eu me entregava não a um sono, que não há sono diante do Infinito, mas a uma lacrimoso abandono que acabava por raptar-me de mim mesmo".
Já em seu primeiro livro, O caminho para a distância, vamos encontrar em Vinicius em que a contemplação das belezas do céu iriam começar a provocar o enorme desespero que se acentuaria com o correr do tempo em face desse universo infinito, e cujo primeiro sinal está muito bem caracterizado neste verso do poema Revolta.
           "O mundo é bom, o espaço é muito triste...".
Para ainda compreender melhor essa nova influência da noite em Vinicius é necessário ler o poema Vigília, onde diz:
       "Eu às vezes acordo e olho a noite estrelada
       E sofro doidamente
       A lágrima que brilha nos meus olhos
       Possui por um segundo a estrela que brilha no céu".
Parece que foi depois de suas viagens que as noites estreladas, assim como a ideia do infinito, começaram a lhe provocar uma enorme sensação de angústia e solidão "como o olhar longo e claro de uma mulher". É no gemido de angústia de todas as noites que Vinicius vai encontrar a presença dos ausentes num céu, onde "se desprende a face maravilhosa de Canopus".
O horror e o pânico dos espaços interestelares conduziram o nosso poeta a estes versos, onde muito bem define para os sentimentos populares a difícil noção de infinito:
       "Como dois acrobatas
       Subamos, lentíssimos
       Lá onde o infinito
       Nem mais nome tem
       Subamos!"
Nessa sua viagem acrobática ao céu, encontramos uma outra demonstração de pureza de seus sentimentos ao escrever que desejava possuir sua amada, despojando da carne, depois de passar "diante do véu de Betelgeuse, pelo país de Altair, subindo pelo grande mar de estrela onde dorme a noite".
Os grandes impactos da era tecnológica, registrados em seus versos, são a bomba atômica e a conquista da Lua. Esses dois feitos foram imortalizados em versos, onde surgem o planeta Vênus e a Via Láctea ao lado da célebre equação de Einstein e = mc2.
       "Oh energia, eu te amo, igual a massa
       Pelo quadrado da velocidade
       Da luz! alta e violenta potestade".
Em Roma, o lançamento, em 1955, pelos soviéticos, da cadela Laika em órbita provocou e ampliou o temor ao espaço, sinônimo em seus poemas de angústia e da solidão:
       "Uma cachorrinha
       Girando no espaço
       Sozinha, sozinha
       Girando no espaço".
A influência da conquista espacial não lhe fez perder o temor do infinito, quando ao analisar em crônica os efeitos dos Luniques lembra o "poema que tiveram a temeridade de olhar o infinito". A ideia do infinito marcará toda a vida de Vinicius, que atingiu o auge dessa conceituação na obra-prima que constitui o soneto O verbo do infinito:
     "Ser criado, gerar-se, transformar
     O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maltido

E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo do infinito... 
* Ronaldo Rogério de Freitas Mourão,astrônomo, é autor do livro 'O livro de ouro do Universo'.

LISBOA ROMANA

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IPAC RESTAURA

IPAC inicia entrega de obras de arte restauradas

Até o dia 13 dezembro (2015), quando se comemora a Festa de Santa Luzia em Salvador, a Irmandade da Igreja do Pilar receberá peças artísticas restauradas, originárias dos séculos XVII, XVIII e XIX. Elas estavam semidestruídas e foram recuperadas por especialistas do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) da Secretaria de Cultura (SecultBA). São confessionários em madeira, banquetas para apoio de objetos litúrgicos (sagrados) e tocheiros esculpidos na madeira.

“Com essas ações resgatamos aspectos estéticos e históricos da época da cada peça, contribuindo para a memória da cultura baiana traduzida através de obras de arte inestimáveis”, afirma o diretor geral do IPAC, João Carlos de Oliveira. Na última quinta-feira (26) o IPAC entregou à Paróquia de São Pedro, em Salvador, uma rica imagem do Sagrado Coração de Maria. A escultura de um metro de altura foi feita na França no século XIX e pertence à Igreja de Nossa Senhora do Rosário Mercês, também localizada na capital baiana.
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IGREJA DOS AFLITOS – “Para nós é uma enorme felicidade receber a imagem do Sagrado Coração”, comemorou Wilson Rabelo, representando o Padre Aderbal da Paróquia de São Pedro. “A imagem está linda. O IPAC fez um trabalho extraordinário. Agora ela vai ficar na Igreja dos Aflitos”, anunciou Rabelo. Já o presidente do Conselho Econômico da Paróquia, José Costa Lage, os técnicos do IPAC fizeram a restauração com brilhantismo. “Já temos um altar esperando na Igreja dos Aflitos e a comunidade está ansiosa para receber a imagem”, garantiu.

Além de gerir museus e espaços culturais, coordenar a política estadual de proteção aos bens culturais e realizar obras em prédios antigos, o IPAC desenvolve serviços especializados via sua Coordenação de Restauro de Elementos Artísticos (Cores). “A nossa recompensa é este momento de entrega de uma peça de arte restaurada”, disse emocionada a coordenadora da Cores/IPAC, Kathia Berbert. Segundo ela, a restauração é uma ciência, que exige cuidado, análises, técnicas diferenciadas, paciência e tempo para investir numa peça deteriorada.Exibindo Entrega da Santa Coração de Maria e Arcanjo Gabriel_ft_Jefferson Vieira (24).jpg

ARCANJO – No mesmo dia (26) a Cores/IPAC entregou uma escultura em madeira policromada, dourada e com 1,33 de altura, representando um Anjo Arcanjo, do distrito de Passé, em Candeias, Região Metropolitana. “Estou muito feliz de receber a escultura; fomos criados vendo essas imagens”, relatou Regina da Cruz, coordenadora da igreja da Nossa Senhora da Encarnação, para onde voltou a estátua. Já o diácono da Paróquia de Nossa Senhora das Candeias, Davi Cirilo, lembrou do respeito a cada cultura. “Muitos não valorizam essa pluralidade, mas para nós essas imagens representam uma grande riqueza”, disse.

Já as obras de arte da Igreja do Pilar, no Comércio, em Salvador, o IPAC quer entregar antes da Festa de Santa Luzia. “Pretendemos levar esses bens artísticos restaurados no dia 9 de dezembro”, adianta o diretor do IPAC, João Carlos de Oliveira. Mais informações na Cores/IPAC nos telefones (71) 3117-6386 e 3117-6387. Acessewww.ipac.ba.gov.br/museus, Facebook ‘Ipacba Patrimônio’ e Twitter ‘@ipac_ba’.

Fotos em BAIXA resolução em ANEXAS.
Fotos em ALTA RESOLUÇÃO:
Crédito Fotográfico obrigatório Fotos anexas - Lei nº 9610/98: Jefferson Vieira

O COLÉGIO DA BAHIA


ODETE DOURADO

Muitos não sabem do que estamos falando porque talvez nunca tenham ouvido falar deste colégio, não com este nome, mas com certeza os mais velhos o conhecem. O colégio foi criado pela Lei n. 33 de 9 de março de 1836 com a denominação de Liceu Provincial da Bahia, passou a funcionar apenas em 1837 no Convento da Lapa. Vale notar que o local onde se encontra atualmente o colégio era anteriormente a Roça do Lacerda de propriedade de Antônio de Francisco Lacerda, pai de Antônio de Lacerda construtor do Elevador Lacerda e a área onde se encontra a praça de esportes pertencia ao Quartel da Mouraria.

Bem, este é o Colégio Central que vale a pena conhecer um pouco de sua história, esperamos que os amigos contribuam contando suas experiências neste grande centro de ensino que com o advento da República altera sua denominação de Liceu da Bahia em 1890, para Instituto Oficial de Ensino Secundário. Em função das deficiências concernentes à sua grade curricular, passa, em 1895, a denominação de Ginásio da Bahia. Alguns dos professores ilustres foram. O Padre Doutor Antonio Joaquim das Mercês, João Florêncio Gomes, Luiz Vianna Filho, Edgar Santos e Severino Vieira.


Dentre os alunos famosos podemos citar o pai de Castro Alves e João Barbosa de Oliveira, pai de Rui Barbosa, Antônio Carlos Magalhães, Glauber Rocha, Calasans Neto, Elsimar Coutinho, Cid Teixeira entre outros.
Com o nome de Ginásio da Bahia atravessou o inicio do século XX destacando-se como educandário de excelência, e em 1942, a partir da Reforma Capanema, recebe a denominação de Colégio Estadual da Bahia. 


A partir de 1947, como secretário de educação da Bahia, o educador Anísio Teixeira percebeu que em toda a cidade de Salvador o governo mantinha, apenas, dois estabelecimentos de ensino médio, o Instituto Normal e o Colégio Estadual da Bahia. Sem lei para decidir pela criação de novos ginásios, Anísio Teixeira instalou nos bairros da Liberdade, o Colégio Duque de Caxias, em Nazaré o Colégio Severino Vieira e ltapajipe o Colégio Pinto de Carvalho três extensões do Colégio da Bahia, levando assim o ensino médio a zonas com alta demanda; reaparelhou os gabinetes de Biologia, Química e Física do Colégio da Bahia onde fez construir um grande pavilhão, com moderníssimas instalações, anfiteatro etc., só para o ensino da Química. É importante lembrar que estes não eram ginásios independentes, e sim seções do ginásio da Joana Angélica, onde o diretor era o mesmo, havendo vice-diretores que tinham algumas de suas decisões subordinadas à diretoria no que passou a ser conhecido a partir de 1949, como CENTRAL, nome pelo qual é conhecido até os dias atuais. Com o tempo essas seções tornaram-se administrativamente independentes e outros ginásios foram criados na capital e no interior.


Atualmente o Colégio CENTRAL perdeu muito do brilho dos áureos tempos, embora um pouco abandonado, resiste bravamente às mudanças que vão ocorrendo no tempo e na educação.

1. Fonte: colegiocentralba.blogspot.com/2013/06/historia-do-colegio-central.html
Histórias de Salvador nos nomes das suas ruas- Luiz Eduardo Dórea
Salvador Era Assim- volume 2
foto: www.salvadorturismo.com

PEDAÇO DUMA ASA

SUÍÇA MULTA CUNHA


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Justiça da Suíça multa Cunha por criar obstáculos na investigação sobre contas



O OUTRO ROMÁRIO

Romário admite conta na Suíça nos tempos de jogador

Ao jornal 'O Globo', senador do PSB-RJ se defendeu após ter nome citado em conversa entre o senador Delcídio Amaral (PT-MS) e Edson Ribeiro, advogado de Nestor Cerveró



Matheus Dantas

O senador Romário (PSB-RJ) está envolvido em nova polêmica. Após ter o nome citado em conversa entre Edson Ribeiro, advogado do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, e o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que resultou na prisão deste segundo citado, Romário admitiu, em entrevista ao jornal "O Globo", que já possuiu contas bancárias na Suiça.
No áudio gravado por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobrás, preso na Operação Lava-Jato, o senador Delcídio Amaral comenta que ouviu de Eduardo Paes um acordo para Romário apoiar Pedro Paulo na candidatura à prefeitura do Rio.
No áudio gravado por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobrás, preso na Operação Lava-Jato, o senador Delcídio Amaral comenta que ouviu de Eduardo Paes um acordo para Romário apoiar Pedro Paulo na candidatura à prefeitura do Rio.

As contas, segundo o ex-atacante, foram abertas entre 1988 e 1994, período em que Romário defendeu o Barcelona, da Espanha, e o PSV, da Holanda. 

- Quando eu jogava na Europa, tive conta no BSI. Só não sei o ano. Eu não me lembro, mas acredito que se a conta não é movimentada, ela é fechada automaticamente - declarou Romário. 

A gravação veio a público na última quarta-feira. No áudio gravado por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobrás, preso na Operação Lava-Jato, o senador Delcídio Amaral comenta que ouviu de Eduardo Paes um acordo para Romário apoiar Pedro Paulo na candidatura à prefeitura do Rio. Além disso, Delcídio afirma que Paes teria aconselhado Romário a encerrar as contas que supostamente tinha na Suiça, "senão iria preso". 

Após o vazamento do áudio, Romário voltou a negar qualquer irregularidade e afirmou que estar envolvido em nova polêmica é "fanfarronice" de Delcídio Amaral, que acabou preso por suposta obstrução da justiça por planejar fuga para Nestor Cerveró. O caso ainda está sendo investigado. 

- É fanfarronice dele (Delcídio) ter me colocado nessa história. Em relação ao que o advogado fala, a gente está vivendo um momento diferente no Brasil. Não se pode dar credibilidade a bandido, vagabundo. Ouviram o meu nome na gravação que foge completamente do assunto que esses vagabundos estavam fazendo lá. Estou tranquilo porque eu não devo porra nenhuma a ninguém e não tenho conta na Suíça - completou. 

Ainda nesta sexta-feira, o senador Romário (PSB-RJ) protocolou um ofício na Procuradoria Geral da República para que as autoridades brasileiras provoquem a abertura de investigação na Suíça sobre a suposta conta bancária a ele atribuída. 

As polêmicas envolvendo Romário e supostas contas na Suiça não são novidades. Em julho, a Revista Veja publicou que o senador do PSB-RJ teria R$ 7,5 milhões no banco BSI. Valor que não teria sido declarado à Justiça Eleitoral. Romário sempre negou a existência desta conta e o banco suiço também negou. O BSI declarou ainda que o extrato apresentado na reportagem era falso. A revista teve que se desculpar com o senador.


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