quarta-feira, 30 de março de 2016

NOBREZA DO VIOLONCELO



Mstislav Leopoldovitch Rostropovich, em russo Мстисла́в Леопо́льдович Ростропо́вич, (Baku27 de março de1927 — Moscou27 de abril de 2007) foi um violoncelista e maestro russo naturalizado americano. Para muitos, foi um dos maiores violoncelistas do século XX e o sucessor de Pablo Casals.

Rostropovich lutou por uma arte sem fronteiras e pela liberdade de expressão, o que lhe causou uma série de constrangimentos por parte do regime soviético. Em fevereiro de 1948, ele era aluno de Shostakovich no Conservatório de Moscou, quando o mestre foi acusado de "formalismo" e destituído de suas funções docentes, por um decreto do governo. 
Em protesto contra o ato, o jovem Rostropovich simplesmente  deixou o conservatório. Mais tarde, em 1970, ele abrigou, em sua casa, o escritor dissidente Aleksandr Solzhenitsyn, que não tinha para onde ir. 
Ainda no início dos anos 1970, Shostakovich caiu em desgraça, por seu apoio a dissidentes soviéticos.
Mstislav Rostropovich e sua mulher, Galina Vishnevskaya, em 1965.
Ele e sua mulher, a soprano Galina Vishnevskaya, passaram a ter dificuldades para realizar suas apresentações no exterior.  
Em 1974, o casal e seus filhos deixam a URSS, instalando-se nos Estados Unidos.    
Em 1978 Rostropovich teve revogada a sua cidadania na União Soviética e foi banido de todos os conjuntos de que fazia parte na URSS, em razão de sua oposição pública à política cultural do regime. Só regressaria ao seu país em 1990, quando sua cidadania soviética foi recuperada, durante a abertura promovida por Mikhail Gorbachov.
Rostropovich e Solzhenitsyn (1998)
Entre 1977 e 1994, Rostropovich foi diretor musical e regente da National Symphony Orchestra em Washington, realizando concertos ao lado de alguns dos mais famosos músicos do mundo, como Martha ArgerichSviatoslav Richter e Vladimir Horowitz.[4]
Em novembro de 1989, surpreendeu e encantou os berlinenses quando, à maneira de um humilde músico de rua, o maestro tocou uma das Suítes para Violoncelo, de Bach, junto ao semidestruído muro.
A partir de 1990, Rostropovich passou a ser novamente bem-vindo nos círculos oficiais da Federação Russa, chegando mesmo a participar de alguns momentos da atribulada conjuntura política do país.  
Em 1991, por exemplo, ao ser informado de que os tanques estavam nas ruas de Moscou, Rostropovich reagiu ao seu estilo: comprou uma passagem aérea para o Japão, num voo com escala na capital russa. Durante a parada, saiu do aeroporto e foi ao encontro de Boris Yeltsin, na esperança de ajudar a pacificar os ânimos. 
Em 1993, novamente apoiou Yeltsin e, no auge da crise constitucional, regeu a National Symphony Orchestra em plena Praça Vermelha.
 Ele também manteve um relacionamento amistoso comVladimir Putin.

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